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Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Entendemos que a piora dos prognósticos com relação ao futuro, detalhada abaixo, foi puxada por três fatores. O primeiro deles envolve o endurecimento da visão do COPOM a respeito do balanço de riscos para a inflação. Em segundo lugar, o Banco Central dos Estados Unidos anunciou o início do processo escalonado de redução dos estímulos adotados para mitigar os impactos da pandemia. Embora a descrição do calendário não tenha motivado surpresas, acreditamos que a menor injeção de liquidez contribuirá para manter as moedas dos países emergentes depreciadas e os juros em ascensão. Cabe ressaltar também a continuidade da “crise dos containers”, que afeta desfavoravelmente os custos internacionais do frete. Apesar da ampliação do horário de funcionamento de determinados portos no mundo, julgamos que a normalização da situação levará algum tempo.

PIB: a estimativa para 2021 registrou ligeira queda (de 4,94% para 4,93%). Cremos que o fenômeno está atrelado ao número da produção industrial nacional de setembro, cuja retração de 0,4% em comparação com agosto, na série com ajuste sazonal, veio em linha com as expectativas de mercado. Para 2022, a projeção caiu de +1,20% para +1,00%

Inflação e Taxa SELIC: o IPCA aguardado tanto para 2021 (de 9,17% para 9,33%) quanto para 2022 (4,55% para 4,63%) subiu. Vale destacar que o índice para o consumidor da FGV mostrou desaceleração na quarta quadrissemana de outubro: +0,77% contra +1,05% no período imediatamente anterior.

Por sua vez, os juros básicos da economia permaneceram em 9,25% ao ano para o fim de 2021, ou seja, incremento de 1,50 ponto percentual no encontro do COPOM de dezembro. Já para o encerramento de 2022, o patamar esperado saiu de 10,25% ao ano para 11,00% ao ano.

 

Atualização sobre a conjuntura econômica internacional

O Banco Central dos Estados Unidos anunciou o início do processo de encolhimento gradual do programa de estímulos adotado para alavancar a retomada do país. Por meio do chamado “Quantitative Easing” (QE), o Federal Reserve injeta moeda com o intuito de reduzir os juros longos Vale destacar que os juros de curto prazo (fed funds, similares à Taxa SELIC no Brasil) seguem muito próximos a zero.

De acordo com o cronograma estabelecido, haverá uma diminuição escalonada de US$ 15 bilhões por mês, cujo valor de momento é de US$ 120 bilhões. Ou seja, na metade de 2022, espera-se o encerramento do QE.

A justificativa da ação se deve, por um lado, à recuperação da atividade e do emprego americano. No entanto, o motivo fundamental é a persistência da alta dos bens e serviços.

Conforme nossa avaliação do panorama, entendemos que estão lançadas as bases para o aperto da política monetária dos EUA a partir do segundo semestre do ano que vem, o que constitui um desafio a mais para o Brasil.

Data

08 novembro 2021

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