Destaques Econômicos CDL POA - CDL POA

Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Previsões para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)
Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS
(04/08/2023) *Mediana. | Elaboração: AE/CDL POA.

PIB: a projeção para 2023 subiu de +2,24% para +2,26% entre 28 de julho e 04 de agosto, a despeito do desempenho do PMI Composto – termômetro da atividade da indústria e dos serviços (sem o varejo). No mês passado, na série com ajuste sazonal, o indicador registrou 49,6 pontos, o que denota recuo da produção (números abaixo de 50 pontos) em comparação com junho. De acordo com o site Investing.com, a estimativa alcançava 51,2 pontos.

Conforme os dados diários, a melhora no cálculo do PIB para 2023 ocorreu após a última reunião do COPOM. Cabe lembrar que a política monetária opera com defasagem: modificações na Taxa SELIC levam de dois a três trimestres até a materialização plena de seus impactos sobre as decisões de consumidores e dos empresários.

IPCA e Taxa SELIC: não houve grandes mudanças a respeito do IPCA para 2023 (manutenção em +4,84%) e 2024 (queda na margem de +3,89% para +3,88%). Entendemos que a ausência de estatísticas relevantes sobre o comportamento dos preços tenha pesado. Convém ressaltar a contraposição entre os prognósticos atualizados do índice oficial de inflação por parte do mercado e do COPOM. Acreditamos que a leitura mais benigna no segundo caso contribuiu para a revisão da trajetória da Taxa SELIC, sobretudo em 2024 e 2025.

Prognósticos para o IPCA
(Variações % sobre o ano anterior)

Fonte: Banco Central do Brasil. Relatório FOCUS (04/08/2023). | Elaboração: AE/CDL POA.

A nova expectativa para o balizador do custo do crédito no encerramento de 2023 diminuiu de 12,00% ao ano para 11,75% ao ano. A alteração veio na esteira da deliberação do COPOM, de modo que a intensidade da redução (-0,50 ponto percentual) superou o movimento aguardado dos especialistas (-0,25 ponto percentual). Além disso, os níveis esperados para 2024 e 2025 também sofreram cortes da mesma magnitude: de 9,25% ao ano para 9,00% ao ano de 8,75% ao ano para 8,50% ao ano, respectivamente.

Avaliação da decisão do COPOM – agosto de 2023

PRINCIPAIS DESTAQUES:

→ O COPOM reduziu a Taxa SELIC em meio ponto percentual (de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano);

• Houve cisão entre os membros do Comitê, do mesmo modo como analistas e investidores estavam divididos: enquanto 5 diretores optaram por -0,50 p.p., 4 escolheram -0,25 p.p.;

→ A corrente majoritária emplacou sua visão apesar do reconhecimento de que o IPCA continua desacelerando lentamente e de que as expectativas encontram-se “parcialmente ancoradas”;

• Conforme os modelos próprios do Banco Central, que levam em consideração parâmetros macro extraídos das informações de mercado do Relatório FOCUS, o índice de preços previsto para 2024 é de 3,4%, e de 3,0% para 2025.

• Vale lembrar que as projeções embutiram como uma das hipóteses subjacentes uma diminuição menos intensa da Taxa SELIC ontem, de 0,25 ponto percentual;

• Ou seja, para o ano que vem – horizonte mais relevante para a política monetária no momento – os prognósticos superam em 0,4 ponto percentual o objetivo de 3,0%. Aqui, especificamente, temos um ponto de atenção;

A LEITURA DO CENÁRIO PELO COPOM:

→ Panorama externo: núcleos de inflação – medidas que excluem segmentos tipicamente voláteis, como alimentos e energia – permanecem pressionados e as taxas de desemprego seguem pequenas nos países desenvolvidos, o que exige esforço dos respectivos BC’s em termos de sustentação de juros elevados;

→ Ambiente doméstico: indicadores corroboram com a perda do ímpeto da atividade nos próximos trimestres;

• No tocante à inflação, o balanço de riscos nos parece simétrico. Os fatores de alta são: (1) persistência de deterioração acentuada do poder de compra das moedas em escala internacional; (2) resiliência dos serviços em função de uma possível retração da ociosidade. Por sua vez, os vetores de baixa são: (1) desaquecimento do PIB acima do esperado; (2) apertos adicionais da política monetária em outras nações;

QUAIS AS PERSPECTIVAS?

→ Ao contrário do que ocorreu nas deliberações do Federal Reserve (Estados Unidos) e do Banco Central Europeu na semana passada, o COPOM sinalizou de maneira clara sua orientação para o futuro;

• Caso o quadro evolua de acordo com o aguardado, teremos novos recuos de 0,5 ponto percentual a cada reunião, resultando em 11,75% ao ano no encerramento de dezembro – aquém, portanto, do consenso apontado no Relatório FOCUS de 31/07 (12,00% ao ano);

• Acreditamos que a referida postura também é uma tentativa de esvaziar apostas em torno do aprofundamento do ritmo de cortes já a partir do encontro de setembro, com eventuais quedas de 0,75 ponto percentual, por exemplo;

 

Data

07 agosto 2023

Compartilhe

Icone de telefone

Ligue e descubra a solução ideal para a sua empresa

(51) 3017-8008

Capitais e regiões metropolitanas
De segunda a sexta , das 9h às 18h.