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Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Projeções para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)
Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (03/05/2024) *Mediana. | Elaboração: AE/CDL POA.

O PIB antevisto para 2024 passou de +2,02% para +2,05% entre 26 de abril e 03 de maio. Acreditamos que uma das hipóteses capazes de explicar o fenômeno seja a robustez do mercado de trabalho, pois tanto a criação líquida de empregos formais (saldo entre admitidos e desligados) em março (+244,3 mil) quanto a taxa de desocupação no primeiro trimestre (7,9%) superaram as expectativas: +188 mil e 8,1%, respectivamente. Em contrapartida, o volume de artigos fabricados pela indústria em março (+0,9%) expandiu aquém do esperado (+1,4%).

Já o IPCA estimado para 2024 registrou leve decréscimo (de 3,73% para 3,72%). É possível que o declínio ainda guarde conexão com a prévia (IPCA-15) de abril, lembrando que o resultado (+0,21%) veio abaixo da mediana dos analistas (+0,29%). Convém chamar a atenção também para a desaceleração dos preços administrados – aqueles regulados por contratos ou cuja dinâmica apresenta interferência do poder público (de +4,02% para +4,00%). Recentemente, a defasagem dos combustíveis em comparação com o exterior diminuiu significativamente, fruto da apreciação do Real em relação ao Dólar e do barateamento da cotação do barril de petróleo. Porém, a discrepância permanece em 8% para a gasolina e 2% para o diesel nos polos da Petrobras, conforme levantamento da ABICOM de 06 de maio.

Por sua vez, a Taxa SELIC computada para o encerramento de 2024 subiu de 9,50% ao ano para 9,63% ao ano. Entendemos que a mudança pode estar atrelada à decisão do FOMC (Comitê de Política Monetária dos EUA) a respeito dos juros básicos. Se, por um lado, o cenário de novas elevações foi descartado pelo Presidente Jerome Powell, por outro não há qualquer plano de voo para o início do ciclo de queda no curto prazo, envolvendo, por exemplo, eventuais “gatilhos” em termos do desempenho da atividade econômica que deflagrem o referido movimento.

O vetor benigno ficou por conta da revisão da perspectiva do rating soberano brasileiro por parte da Moody’s, de “estável” para “positiva”. A agência internacional de risco citou como causas as constantes surpresas com o crescimento do PIB nos últimos anos e o processo de consolidação fiscal, apesar do ritmo gradual.

Por fim, o prognóstico para o IGP-M em 2024 aumentou de +2,00% para +2,32%. A modificação é reflexo da estatística oficial de abril (+0,31%), enquanto os especialistas aguardavam +0,08%.

Considerações sobre a decisão do Comitê de Política Monetária dos EUA – maio/24

→ O FOMC optou por manter a taxa de juros (fed funds) na faixa entre 5,25% a 5,50% ao ano, em linha com as expectativas dos analistas;

→ De acordo com o comunicado, o nível de atividade americano continuou expandindo em ritmo sólido, com geração substancial de postos de trabalho e conservação da taxa de desemprego em patamares deprimidos;

• No tocante à inflação, os últimos dados não aumentaram a confiança em torno da convergência para a meta de 2,0%. Logo, o Comitê não vê como apropriado o início da queda dos juros enquanto não houver evidências mais claras de que os preços estão se movendo de forma sustentável para o objetivo;

→ Em sua tradicional coletiva de imprensa, Jerome Powell, Presidente do FED, afastou a perspectiva de retomada do ciclo de elevação das fed funds;

• Em contrapartida, não se verifica qualquer planejamento envolvendo cortes no curto prazo;

· Vale lembrar que, em março, as autoridades previam três reduções de 0,25 ponto percentual até dezembro;

· Na nossa avaliação, o recuo deve começar em novembro ou dezembro;

• Uma consequência desse panorama incerto diz respeito ao incremento da volatilidade;

· Eventuais surpresas com os resultados dos indicadores relevantes para o FOMC podem trazer oscilações expressivas para diversas variáveis, como a taxa de câmbio e a Bolsa de Valores, decorrentes da reprecificação da trajetória das fed funds;

• O quadro descrito reforça o uso de cautela por parte do COPOM, cuja provável implicação é limitar o tamanho da baixa da Taxa SELIC, de -0,50 para -0,25 ponto percentual no encontro da semana que vem;

Avaliação do Novo CAGED – março de 2024

Brasil:

→ A diferença entre recrutamentos e demissões com carteira assinada totalizou +244,3 mil em março;

• Dado surpreendeu positivamente, de modo que os especialistas consultados pelo Valor Data estimavam +188 mil;

• As estatísticas vêm superando os prognósticos dos analistas desde janeiro;

→ Entre janeiro e março foram +719,0 mil postos, o que representa +33,9% de incremento no confronto com o mesmo intervalo de 2023;

→ Se considerarmos o acumulado em 12 meses – métrica que captura a tendência da série –, houve aumento pela quarta vez ininterrupta: de +1,598 milhão para +1,648 milhão. É o maior patamar já constatado desde junho de 2023 (+1,656 milhão);

→ Os desligamentos a pedido do próprio colaborador bateram recorde pela terceira oportunidade consecutiva;

• O fenômeno pode ser atribuído, em boa medida, aos deslocamentos da mão de obra visando a admissão em outros locais com melhores condições;

→ Os resultados, aliados com a divulgação da PNAD Contínua (a taxa de desocupação atingiu 7,9% no primeiro trimestre, ou seja, veio abaixo das expectativas de 8,1%) corroboram com o cenário de aquecimento do mercado de trabalho;

→ Números também reforçam a crença de que o PIB apresentou desempenho robusto na largada de 2024. Conforme as projeções de momento, o crescimento previsto no 1ºT/24 situa-se na faixa entre +0,6% e +0,9% em comparação com o período imediatamente anterior, depois do ajuste sazonal;

→ Em contrapartida, o quadro atual introduz dificuldades adicionais em torno da convergência da inflação para a meta, sobretudo em função do impacto exercido pelas pressões salariais nos preços dos serviços;

Rio Grande do Sul:

O saldo no estado alcançou +10.490 em março, aquém, portanto, da leitura verificada em igual janela de 2023 (+12.569). Entendemos que um dos fatores capazes de explicar a referida desaceleração diz respeito aos temporais que causaram rajadas de ventos responsáveis pela paralisação no fornecimento de energia elétrica e de água (em alguns casos por vários dias) em diversas regiões.

Ao longo do primeiro trimestre, o varejo gaúcho fechou 4.541 vagas, enquanto foram encerradas 4.876 à época em 2023. É importante lembrar que janeiro e fevereiro tipicamente exibem menor ritmo de transações nos setores secundário e terciário em virtude das férias escolares e dos feriados prolongados, como o carnaval. Além disso, muitos dos vínculos temporários criados para dar conta da demanda relativa às festas de fim de ano deixam de existir.

Saldo do CAGED – por CNAE 2.0 – Rio Grande do Sul
(em unidades)
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. | Elaboração: AE/CDL POA.

 

Data

07 maio 2024

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