Dados reforçam quadro de envelhecimento da população
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SETEMBRO, 2020
Notícias
O Rio Grande do Sul voltou a registrar, em 2019, menor nível de crescimento real da população – sem contabilizar a movimentação de migrantes. Na prática, a diferença entre o total de nascimentos e o número de mortes foi de 45,4 mil habitantes, a mais baixa da série histórica, com dados desde 2000.
O quadro reforça a tendência de envelhecimento da população. O resultado foi apresentado ontem em estudo do Departamento de Economia e Estatística (DEE). O órgão é vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão.
O indicador que mede a diferença entre nascimentos e mortes é chamado de taxa de crescimento vegetativo. Em 2019, avançou 0,4%. Esse percentual representa o quanto a população aumentou com o saldo entre as pessoas que nasceram e aquelas que morreram.
Em 2019, o número de nascimentos caiu para 134,5 mil no Rio Grande do Sul. Em 2018, foram 140 mil. Com isso, a taxa de natalidade foi de 1,18%, a menor da série histórica. Enquanto isso, a taxa de mortalidade registrou estabilidade (0,78%), com 89,1 mil óbitos.
A situação respinga na economia. Com freio nos nascimentos, o Estado tende a ter menos habitantes aptos a produzir bens e serviços no futuro.
– Se a população cresce menos, é preciso fazer com que os trabalhadores consigam produzir mais – diz o diretor do DEE, Pedro Zuanazzi, responsável pelo estudo.
O levantamento ainda ressalta que a população no Estado vem crescendo menos em termos absolutos. Em 2019, o Rio Grande do Sul tinha 11,4 milhões de habitantes, ante 11,3 milhões em 2018.
Estatísticas
No Estado, 7,2 milhões de pessoas estão na faixa etária hipoteticamente apta a produzir, de 15 a 59 anos. A marca representa 63,47% do total de habitantes. Dois Irmãos lidera o ranking desse recorte, tendo 22,7 mil dos 32,9 mil habitantes nessa faixa etária (69,12%). Na outra ponta, o município com menor percentual de população entre 15 e 59 anos, está Imbé (59,04%)
No Rio Grande do Sul, 18,19% da população é considerada idosa, com 60 anos ou mais. São Sepé (24,15%), Caçapava do Sul (23,08%) e São Lourenço do Sul (22,65%) são os municípios com maior percentual nessa faixa etária
Em desaceleração
Crescimento vegetativo da população
Números referentes ao RS (por mil habitantes) O crescimento vegetativo de 45,4 mil habitantes (2019) resulta da diferença entre 134,5 mil nascimentos e 89,1 mil mortes no ano. Pode ser interpretado como o avanço real da população, sem contar a movimentação de migrantes.

População gaúcha
Grupo idoso deve ultrapassar o de jovens por volta de 2030 (em milhões).

Impacto na economia
Com queda no número de nascimentos e mais idosos, o Rio Grande do Sul tem o desafio de avançar em produtividade para não perder fôlego em relação a outras regiões, dizem analistas. A tarefa não é simples. Envolve, por exemplo, melhora em indicadores de educação. A área de ensino é considerada crucial para reter talentos, ampliar a qualidade do capital humano e favorecer o ambiente de negócios.
Em razão do freio em indicadores de natalidade, a tendência é de baixa na população em idade apta a trabalhar nas próximas décadas. Com menos mão de obra disponível, é preciso fazer com que empresas e trabalhadores consigam ampliar sua capacidade de produção.
– Já passamos pelo período do bônus demográfico. Então, fazer a economia crescer por meio de ganhos de produtividade é bem mais difícil – frisa Oscar Frank, economista-chefe da CDL Porto Alegre.
No Rio Grande do Sul, o número de idosos (65 anos ou mais) deve ultrapassar o de jovens (até 14 anos) por volta de 2030, indica o DEE. A estimativa tem como base projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O envelhecimento da população também pressiona o sistema previdenciário. Isso ocorre porque a contribuição dos trabalhadores na ativa é usada para o pagamento dos benefícios de quem já se retirou do mercado.
No país, a aprovação da reforma da Previdência endureceu, em 2019, as regras para aposentadoria. No Estado, em fevereiro passado, o governador Eduardo Leite também sancionou mudanças na área para servidores.
– Um dos principais reflexos do menor crescimento vegetativo é a pressão sobre as despesas previdenciárias – sublinha Izete Pengo Bagolin, professora da Escola de Negócios da PUCRS.
A economista avalia que avanços na área de educação representam uma das necessidades para o Estado diminuir a evasão de talentos:
– O Rio Grande do Sul tem de ficar em alerta para não perder mais jovens.
Fonte: Jornal Zero Hora – Edição Impressa em 03 de setembro de 2020.
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