Após um 2024 marcado pela crise climática, o fim do ano promete ser de reconstrução e cuidados. Conforme pesquisa realizada pela CDL Porto Alegre, a Black Friday terá uma queda de 20 pontos percentuais nas compras de eletrônicos em comparação com 2023, indo de 34,3% para 13,4%. Este ano, o foco está em eletrodomésticos, 29%, ante 27,6% em 2023; e itens de moda e acessórios, 26,4% ante 19,2% no ano anterior.
Para o presidente da CDL Porto Alegre, Irio Piva, as enchentes estão alterando o consumo do ano.
“Ainda não se terminou de resolver os problemas das enchentes. Há pessoas repondo itens que doaram para ajudar o próximo, mas também estamos tendo a reposição de produtos de pessoas que perderam tudo. Em ambos os casos, o cenário de consumo é alterado. As pessoas estão planejando as compras para cuidar de si mesmas e de suas casas”.
A pesquisa da CDL POA mostra também que, diferente de 2023, a Black Friday terá crescimento de compra de produtos para presentear. No ano anterior, 10,4% dos respondentes indicavam compras para presente. Em 2024, 13% irão presentear alguém.
Apesar do crescimento, 45,5% dos pesquisados ainda comprarão para si mesmos (ante 46,8% em 2023); e 41,6% irão fazer compras para si mesmo e para presente (ante 42,7% em 2023).
Para Carlos Klein, vice-presidente da CDL Porto Alegre e lojista do setor de moda e acessórios, há dois fatores que refletem nessa projeção.
“À medida que a Black Friday vai se consolidando no varejo brasileiro, o consumidor se organiza para aproveitar o evento e fazer uma compra específica, atendendo alguma demanda programada com valores mais acessíveis. Com isso, esperamos uma venda com crescimento significativo, visto que ainda temos uma demanda reprimida por parte dos consumidores que foram afetados pelos eventos climáticos de maio”.
O aumento da busca por eletrodomésticos e a intenção de presentear fazem com que o ticket da compra da Black Friday de 2024 aumente. Conforme a pesquisa da CDL POA, 46,5% dos pesquisados investirão mais de R$ 1 mil em compras. 21,3% de R$ 501 a R$ 1 mil; e 15,2% de R$ 301 a R$ 500.