Dados divulgados sexta-feira pelo Banco Central apontam crescimento de crédito às pessoas físicas em 16,3% para o Brasil na comparação com março do ano passado, o que representa cerca de R$ 136 bilhões em novos empréstimos. Já o saldo de crédito às pessoas físicas, ou seja novos e antigos empréstimos com parcelas ainda não quitadas, fechou em R$ 1,1 trilhão – variação de 16,3% também na comparação com o último março.
Há duas definições importantes nos dados de crédito:
- Crédito livre: bancos e financeiras têm liberdade para emprestá-los para qualquer fim, e com taxas acertadas junto aos tomadores do empréstimo;
- Crédito direcionado: devem ser aplicados em fins específicos (Crédito Rural e Financiamento imobiliário, por exemplo) e com taxas e prazos regulados por órgão competente.
Assim, em termos de crédito ao consumidor os dados importantes são os de Crédito Livre às pessoas físicas. Dentro dessa classificação, as modalidades que mais importantes são:
- Crédito Pessoal (consignado ou não): crédito obtido junto banco pessoalmente, sem estar vinculados a alguma compra específica;
- Aquisição de Bens: crédito obtido na ocasião da compra de um bem, seja via financeiras ou bancos;
- Cartão de Crédito: considera apenas compras parceladas.
Em março, novos empréstimos via Cartão de Crédito foi dessas modalidades a que mais cresceu, 27,8%, o que já é uma tendência observada a varios meses. Em seguida, temos Crédito Pessoal (15,5%) e Aquisição de Bens apresentou queda de 7,4%. Entretanto, o crédito via Aquisição de Bens sem considerar veículos ficou estável em março (-0,1%).(var % nominal sobre igual mês ano anterior)
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: AE/CDL POA.
Os dados de Crédito reforçam nossa expectativa de atividade econômica moderada para o primeiro trimestre de 2013 e, como se referem a março, ainda não apresentam impacto da decisão do Banco Central sobre a taxa de juros.
Para os próximos meses nossa expectativa é de crescimento também moderado do crédito, uma vez que há dois fatores atuando em sentido opostos.
Em favor de maior crescimento do crédito temos os resultados de baixa taxa de desemprego e crescimento da renda real (ou seja, maior poder de compra) da semana passada, e o mercado de crédito ainda aquecido esperamos que os dados do PIB para o 1º trimestre ao final de junho devem apontar para o Comércio mais aquecido que o ano passado.
Por outro lado, o recente aumento da taxa de juros SELIC pelo Banco Central e a relativa estabilidade da inadimplência (7,9% para pessoas físicas) na economia já há alguns meses contribuem para um menor ritmo de crescimento dos empréstimos.
Representam 88,1% do Crédito Livre às pessoas físicas, e 25,5% de todo o Crédito no Brasil.