Redução na taxa Selic ontem foi a quinta seguida. Primeiro encontro de 2024 do comitê teve definição que já era prevista por analistas
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) seguiu no ritmo de cortes de meio ponto percentual e ontem à noite, em sua primeira reunião de 2024, reduziu a taxa de juros Selic de 11,75% para 11,25% ao ano. A decisão significou o quinto corte consecutivo desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário. Na época a Selic estava em 13,75%. Também na noite de ontem, em Washington, o Federal Reserve (Fed), o “BC” americano, decidiu sobre os juros, mas lá a taxa ficou inalterada, na faixa entre 5,25% e 5,50%.
No Brasil, o Copom se reúne a cada 45 dias. Com a redução da Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, incentivando produção e consumo e estimulando a atividade econômica. Essas reduções, porém, costumam ocorrer quando os preços estão sob relativo controle. Para o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, Oscar Frank, as últimas leituras de inflação reforçam a cautela para os próximos encontros do Copom. Entre os desafios para o futuro, alerta ele, estão a reaceleração da inflação de alimentos em função do fenômeno climático El Niño, resiliência no IPCA de serviços e riscos fiscais diante do rombo de mais de R$ 200 bilhões nas contas públicas de 2023. “A possibilidade de intensificar o ritmo dos cortes além de meio ponto percentual depende da convergência das expectativas de inflação para a meta”, acrescenta o presidente da Federação das Indústrias do RS, Gilberto Porcello Petry, assinalando ainda que o ajuste nas taxas de juros só será viável com o comprometimento do governo federal em relação às contas públicas e ao cumprimento das metas de resultado primário estabelecidas pelo arcabouço fiscal.
A Selic é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Serve como referência para demais taxas.
Fonte: Correio do Povo
