O tempo que podem durar os bloqueios em estradas em reação ao resultado da eleição presidencial será decisivo para determinar impactos no varejo em geral, diz o presidente da CDL Porto Alegre, Irio Piva. Mas antes disso, Piva alerta para outro comportamento que pode provocar desabastecimento, que é a busca desenfreada por produtos por medo de que faltem.
É o caso da corrida a postos de combustíveis, que já é verificada, inclusive com filas e limitação de volume para encher o tanque.
“As pessoas acabam ficando com medo, o que leva a uma corrida a itens, com consumo desenfreado que pode gerar falta de produto”, alerta o dirigente lojista. Em segmentos não alimentares, Piva diz que ainda não houve impacto, que pode ocorrer nos próximos dias, se os protestos se mantiverem.
“Este consumo desenfreado é mais um problema além do logístico. É muito ruim”, opina Piva.
No setor de supermercados, a dificuldade de repor mercadoria pode ocorrer a partir de quinta-feira (3), pós-feriado, dia de Ceasa, que pode ser afetada pelas obstruções não só no Estado, mas em outras regiões que alimentam o mercado gaúcho.
A situação, caso se mantenha, pode gerar o que se viu recentemente sobre efeitos da pandemia e outras interrupções em hubs logísticos. A indústria pode deixar de receber componentes para produzir, cita o presidente da CDL-POA. “No final, é de novo a dependência do País aos caminhões”, resume Piva.
Por enquanto, o dirigente observa que o que ocorre é atraso na chegada de mercadorias. Mas se os bloqueios continuarem, o quadro pode mudar nos próximos dias.
“A expectativa é que se resolva o mais rápido possível. Vivemos em um país democrático. Estes protestos são descabidos neste momento, além de gerar problemas onde todos são perdedores”, atenta o presidente da CDL-POA e um dos diretores da rede de materiais de construção Elevato.
“É hora de bom senso para resolver o mais rápido possível para retomarmos a normalidade.”
Fonte: Jornal do Comércio