O FMI divulga de forma recorrente sua leitura do quadro econômico e atualiza as projeções de importantes variáveis. Nesse sentido, as análises do órgão constituem balizadores relevantes para a construção de cenários para os próximos períodos.
De acordo com o documento lançado no fim de janeiro¹, o PIB global para 2023 sofreu revisão altista, ao subir de +2,7% para +2,9%. Todavia, o produto continuará inferior em relação à média pré-COVID, entre os anos 2000 e 2019 (+3,8% ao ano). Por sua vez, o prognóstico dos preços ao consumidor (+6,6%), mesmo recuando em comparação com 2022 (+8,8%), permanecerá elevado no confronto com o padrão histórico recente verificado entre 2017 e 2019 (+3,5% ao ano).
De uma maneira geral, o balanço dos riscos para o mundo segue pendendo para baixo, apesar do progresso constatado nos últimos meses. O relatório citou entre as questões positivas: (1) o efeito benéfico da demanda reprimida para inúmeras nações, em especial a partir da reativação dos serviços; (2) os sinais de desaceleração da inflação nos Estados Unidos e na Zona do Euro; (3) a reabertura da China; (4) a descompressão no mercado de energia após o choque causado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia; (5) a redução dos gargalos logísticos.
Já os aspectos negativos presentes no radar são: (1) indefinições relativas à guerra no Leste Europeu e nos demais polos de tensões geopolíticas; (2) dúvidas sobre a resposta imunológica da população chinesa diante da flexibilização das restrições à mobilidade social; e (3) a existência de condições financeiras ainda bastante apertadas em decorrência da majoração das taxas de juros em diversas partes do planeta.
Especificamente para o Brasil, houve aumento da previsão para o PIB em 2023: de +1,0% para +1,2%, em virtude do impacto das medidas de expansão do gasto público. Muito embora, portanto, o panorama internacional tenha apresentado melhora, é necessário que o governo federal trabalhe para mitigar as incertezas que rondam as políticas fiscal e monetária, diminuindo assim eventuais prejuízos por conta do momento desfavorável no exterior.
¹ World Economic Outlook.
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