Como foi 2023 e o que esperar do PIB brasileiro e gaúcho em 2024? - CDL POA

Como foi 2023 e o que esperar do PIB brasileiro e gaúcho em 2024?

O ponto de partida para mapear os cenários para o nível de atividade em 2024 passa pela retrospectiva de 2023. Com relação ao Brasil, o consenso entre as previsões de mercado para o PIB em janeiro, de acordo com o Relatório FOCUS, alcançava +0,8%. Em 15 de dezembro, a mediana dos prognósticos acusou +2,92%. Três razões ajudam a explicar tamanha revisão.

Em primeiro lugar, o valor agregado da agropecuária registrará expansão recorde para a série histórica iniciada em 1996 em função da supersafra: expectativa de +14,95%. Cabe ressaltar que o desempenho positivo do campo também suscitou a ativação de segmentos como o transporte de cargas. Em segundo lugar, a União aumentou substancialmente os dispêndios em virtude da PEC da Transição, de modo que a autorização concedida pelo Congresso de R$ 145 bilhões em despesas adicionais concentrou-se fundamentalmente em transferências sociais. Ademais, a resiliência do emprego e a desaceleração da inflação contribuíram para fomentar o consumo das famílias. Em terceiro lugar, os dados surpreendentemente favoráveis não são novidade. Desde 2020 os especialistas têm subestimado o PIB, o que possivelmente diz respeito ao conjunto de reformas estruturantes no âmbito macro e microeconômico aprovadas entre 2016 e 2022, responsáveis por maior eficiência na alocação dos recursos públicos e privados.

No entanto, nem tudo transcorreu bem em 2023. O ambiente externo permaneceu bastante complexo por causa: (1) dos juros elevados; (2) das crises bancárias nos Estados Unidos e na Zona do Euro; e (3) de questões geopolíticas, como a guerra entre Israel e Hamas. Por sua vez, a Taxa SELIC sustentada em patamares altos reverberou negativamente sobre a inadimplência no BR. Por fim, os serviços não contaram com o efeito da demanda reprimida provocada pela volta das eventos presenciais em 2022. No Rio Grande do Sul, tivemos uma grave estiagem que, ainda assim, foi menos intensa em termos do impacto sobre a oferta de grãos no confronto com 2022.

Em 2024, o PIB do Brasil deve avançar cerca de +1,5%. Por um lado, o fenômeno El Niño não criará as condições climáticas totalmente propícias ao setor primário. Por outro, os gastos do governo subirão em ritmo consideravelmente inferior ante 2023 em decorrência das regras do arcabouço fiscal. A boa notícia é de que o processo de moderação dos preços tende a continuar, permitindo que os juros sigam caindo. Como resultado, os principais beneficiados serão os ramos mais sensíveis ao comportamento do crédito, incluindo a indústria de transformação e diversas categorias relevantes do varejo – materiais de construção, veículos, informática, eletroeletrônicos e móveis.

Já para o Rio Grande do Sul, acreditamos que 2024 será o ano da recuperação cíclica. Após duas safras muito ruins, a CONAB projeta retomada expressiva. Esse fato, aliado à perspectiva benigna para o parque fabril – sem manutenções na Refinaria Alberto Pasqualini e interrupções temporárias na General Motors, bem como novos investimentos planejados pela CMPC Celulose – abrem espaço para que o crescimento fique próximo a 5,0%. Isso não significa que nossa situação está melhor em comparação com as demais Unidades da Federação, mas somente que estamos devolvendo parte dos prejuízos acumulados recentemente.

 

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    Data

    22 dezembro 2023

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