CDL POA participa de debate sobre os desafios do empreendedorismo na pandemia - CDL POA

CDL POA participa de debate sobre os desafios do empreendedorismo na pandemia


CDL POA participa de debate sobre os desafios do empreendedorismo na pandemia

02


MARÇO, 2021

Notícias

Na última sexta-feira (26), o programa “Contraponto”, da Rádio Guaíba, promoveu um debate sobre as dificuldades, soluções e aprendizados para o empreendedorismo durante a pandemia. Com apresentação de Fabiano Brasil, estiveram presentes o vice-presidente da CDL POA e CEO da Ferragem Thony, Ricardo Oliveira; o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank; o diretor da Kia Sun Motors, Jefferson Furstenau; e o proprietário da Quintal de Casa RS – Boutique de Carnes, Tiago Pires. A temática também envolveu o momento em que foi decretada a bandeira preta no Rio Grande de Sul, como isso impacta os negócios e o ânimo dos empresários.

Saiba como foi a participação dos convidados: 

Ricardo Oliveira – Ferragens Thony

Ricardo Oliveira, CEO da Ferragens Thony e vice-presidente da CDL POA, ressalta que esta não é a primeira crise pela qual sua empresa passa, entretanto, é primeira relacionada a questões de saúde. Para ele, é essencial que se mantenha a energia alta, pois as empresas são movidas por pessoas. O engajamento com equipes e a comunicação transparente são alternativas para seguir em frente, sempre em busca de caminhos criativos para atender melhor o cliente. Segundo Oliveira, este novo momento, de bandeira preta, deve focar especialmente da saúde emocional das pessoas.

Mesmo que seu negócio esteja aberto, por ser considerado atividade essencial, o empresário nota que as pessoas ficam com medo, e o fluxo diminuiu muito nos últimos dias. Apesar das circunstâncias, Oliveira conta que seu negócio tem navegado bem durante a pandemia. Muitas mudanças tiveram que ocorrer, e ocorrem todos os dias, como a adequação de custos, o foco total no cliente e o estímulo dos múltiplos canais online. Os funcionários também tiveram que se adaptar à nova forma de atendimento, hoje eles têm que chamar, mandar promoção. Hoje, também, o mix de produtos é constantemente revisitado e está sempre sendo moldado a novas necessidades que surgem, como os produtos para home office por exemplo. A entrega tomou outras proporções durante o ano de 2020, passou a ser mais rápida, com prazos de até duas horas em alguns endereços e também começaram a acontecer na praia. “Não tem outra alternativa à exceção de continuar sendo resiliente”, aponta o empresário.

No momento, a preocupação tem sido manter a energia alta, os cuidados com a higiene e o compromisso com as famílias dos funcionários e com os clientes.

Com o aumento da concorrência em Market Places, a Ferragens Thony, que já trabalha com e-commerce desde 2009, viu sua operação acelerar para buscar um atendimento e uma entrega competitivos. A frota própria passou a ser híbrida, com terceirizados. A adaptação é constante na empresa familiar que não para de se reinventar. Segundo o empresário, existem dificuldades na mudança de cultura dos colaboradores, pois agora o relacionamento com o cliente mudou. Oliveira destaca que as fórmulas parecem simples, mas é trabalhosa de ser implementada, ao fazer as contas se encaixarem e em manter a cabeça em ordem.

Oliveira, em suas considerações finais, deixa o recado da resiliência e da capacidade de adaptação cada vez mais veloz. Segundo ele, segue confiante na perspectiva de normalidade, sempre na busca de continuar trabalhando, buscando produtividade e tocando o negócio. Seu desejo é que o governo possa contribuir mais para aumentar a vacinação, além do apoio de bancos, mais sensibilidade do governo em mais linhas de créditos.

Oscar Frank – Economista-chefe da CDL POA 

Para o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, o empreendedor é um otimista nato. Este ano de 2021 está sendo uma prorrogação de 2020, com aprendizados e novas soluções. Frank destaca que esta crise é atípica, diferente de outras que envolviam apenas as questões econômicas. As incertezas prejudicam a capacidade de planejamento das empresas, e, assim, a produção e os investimentos de contratações ficam mais baixos. Outro problema que ocorre hoje, segundo o economista, é o acesso ao crédito por demasiadas exigências legais. Como um todo, o ambiente de negócios brasileiro tornou tudo mais complicado.

As políticas públicas para minimizar a crise foram positivas, mas Frank questiona o timing das medidas, que, caso fossem mais rápidas, poderiam ter preservado mais empregos. Mas, sem dúvida, Frank aponta que o maior gargalo do governo foi a questão do crédito, devido a dificuldades estruturais e burocráticas. A partir de agora, que as ações governamentais param de vigorar, ocorrerá um desafio enorme para as empresas, em uma situação bastante desafiadora.

Em nome do fortalecimento do caixa, muitas empresas, especialmente as de serviços, abriram mão da rentabilidade. A solução passa por um bom relacionamento com todos os agentes e pela mudança de mentalidade das equipes. O e-commerce cresceu cerca de 74% no Brasil, em 2020, e, para Frank, veio para ficar, quem não adotava, adotou e viu que é seguro e que funciona.

O cenário a curto prazo é bem desafiador, segundo Frank, com novas demandas relacionadas ao fechamento de empresas, a partir da saída dos auxílios governamentais. O economista destaca que a renda da população deverá diminuir, assim como a confiança do consumidor, que, mesmo com recursos, acaba preferindo não consumir. E ainda há a pressão dos custos que são repassados aos consumidores, sobrando menos espaço para o consumo. Assim que forem resolvidas as questões sanitárias, Frank acredita em uma retomada lenta e gradual. Para ele, não existem fórmulas mágicas, apenas com adoção de reformas estruturais, o País poderá crescer.

A dica do economista para o empreendedor é aproveitar os aprendizados da crise, rever processos, ativação de antigos clientes, prospecção e renegociações. Outra recomendação é para que se faça pressão aos governantes a melhorarem os trâmites de andamento dos negócios e a infraestrutura a fim de fomentar a estabilidade da macroeconomia. Para Frank, a crise gera oportunidades, porém, sem inteligência, nada acontece.

Tiago Pires – Quintal de Casa 

O empresário Tiago Pires abriu seu negócio, a boutique de carnes Quintal de Casa, no dia 11 de janeiro de 2021, em meio à pandemia provocada pela Covid-19. O publicitário por formação contou que precisou se reinventar para migrar da ‘carteira assinada’ para o CNPJ. Em sociedade com a esposa, precisaram de muito planejamento e recursos para enfrentarem o momento de exceção no funcionamento do comércio. Nestes primeiros meses, estão conseguindo pagar as despesas, mas ainda sem lucro. Pires ressalta que não precisou de empréstimos para iniciar a operação, porém enfatizou a dificuldade de se conseguir empréstimos no País, que, em um momento tão difícil, os bancos estão aproveitando para lucrar.

Apesar de servir um corte premium padrão, Pires destaca que os clientes apreciam ir ao local escolherem as suas carnes. Faz parte da tradição dos gaúchos. Para satisfazer a esta necessidade e, ainda, respeitar o distanciamento social, o empresário desenvolveu soluções criativas, como fotografar as peças em seu balcão e enviar para que o cliente escolha, elaborar kits com todos os itens selecionados para o churrasco, utilização das redes sociais e entrega no horário agendado.

O empresário destaca que a determinação da bandeira preta é muito assustadora, seu produto tem uma validade curta. Alguns fornecedores, entretanto, já se adaptaram a operar na crise e comercializam produtos em menores volumes. Sua empresa, por sua vez, tenta facilitar a vida do cliente, evitando que ele vá a muitos locais para comprar os produtos do seu churrasco.

Para quem deseja abrir um negócio, Pires recomenda muito planejamento e alocação de recursos para enfrentar a primeira fase.

Jefferson Furstenau – Kia Sun Motors 

Ao ser questionado a respeito da situação atual da bandeira preta, o diretor da Kia Sun Motors, Jefferson Furstenau, analisa que o choque maior foi no ano passado, quando a empresa precisou reaprender a vender sem o comprador dentro da loja. Ele acredita ainda que a venda virtual veio para ficar e que toda a preparação para este momento está no que foi vivido em 2020, quando havia a dúvida se iriam ou não fechar, e acabaram fechando por 30 dias. “Estas intervenções machucam muito as empresas”, aponta Furstenau.

A venda começa na internet, há uma pré-negociação e, em seguida, leva-se o carro na casa do cliente para test-drive. Em alguns casos, isso nem acontece e o cliente acaba comprando sem ver, o que Furstenau não aprova, mas acontece. No momento, o seu segmento lida com escassez de produtos.

Sobre perspectivas, Furstenau destaca que trabalha há mais de um ano sem planejamento, mas há a expectativa de que a entrega em casa, por exemplo, não irá mudar. Hoje veículos utilitários ocupam o segundo lugar em vendas, e os top de luxo estão em primeiro lugar. A explicação é que as pessoas estão recebendo mais entregas em casa, por isso os utilitários, já os veículos de luxo podem se justificar pela redução de frota da família e a diminuição de gastos com viagens e festas por exemplo.

A empresa está investindo agora no mercado de motocicletas, é uma aposta que vem com a adequação aos novos hábitos.

Furstenau criticou a carga tributária dos produtos no Brasil, a saída de grandes montadoras e o custo de produção que são muito altos. Aponta, também, que o Rio Grande do Sul vem perdendo competitividade em relação aos outros Estados da federação, devido à tributação excedente na comparação. Quando os preços sobem demais, o consumidor não consegue comprar. Segundo o empresário, “são poucos que têm coragem e determinação para abrir um negócio, para correr risco e pagar imposto”. Segundo ele, o empreendedor tem que acreditar em seu solho, ser mais otimista do que a realidade e não olhar apenas para o dinheiro, colocar o coração dentro do sonho e transformá-lo em negócio.

Data

02 março 2021

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