CDL POA participa de debate com o prefeito eleito Sebastião Melo - CDL POA

CDL POA participa de debate com o prefeito eleito Sebastião Melo

CDL POA participa de debate com o prefeito eleito Sebastião Melo

18

DEZEMBRO, 2020

Notícias

O programa Contraponto, da rádio Guaíba, promoveu, em 14 de dezembro, debate com a participação do prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo; do presidente da CDL POA, Irio Piva; do presidente do SIMERS, Marcelo Matias; do presidente do CREMERS, Carlos Isaia Filho; e do presidente do COREN, Daniel Souza. Na oportunidade, foram debatidos assuntos relacionados ao combate à pandemia do novo coronavírus em 2021. A economia, as vacinas, o transporte urbano e o comércio informal foram temas especialmente tratados pelos convidados.  

Para o presidente da CDL POA, a importância do diálogo com o prefeito eleito, Sebastião Melo, é essencial para que toda a sociedade possa contribuir por uma cidade melhor e com qualidade para todos. Para ele, os empresários não participam da gestão da cidade somente para reclamar ou fazer reivindicações, mas para contribuir e dividir a responsabilidade.  

Confira o conteúdo com a participação dos convidados:

Prefeito Eleito Sebastião Melo  

O prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo, iniciou sua participação no debate esperançoso por um 2021 com otimismo e equilíbrio. Afirmou que será um prefeito para todos os porto-alegrenses e que utilizará muito o diálogo em sua gestão, pois a vida em cidades é complexa. Segundo ele, o Brasil tem uma lógica terrível, na qual o palco da vida é o município, mas os recursos e o poder político estão em Brasília. “A frase cunhada pelo Presidente da República ‘menos Brasília, mais Brasil’, é uma necessidade para anteontem, o dia que isto acontecer as nossas vidas melhorarão”, destacou. 

Para Melo, o Brasil é um país maravilhoso, mas com uma distribuição de renda ruim. A pandemia mostrou abismos sociais, e o prefeito mostrou-se preocupado com o fim dos auxílios emergenciais, pois acredita que as cidades mostrarão mais misérias a partir do próximo ano. Para Melo, a economia não tem que ser retomada no pós-Covid, ela tem que ser reinventada. Contou que passou o dia em reunião no BRDE vendo maneiras de a população acessar o microcrédito, para ajudar as pessoas a conquistarem uma renda. Ainda em sua introdução ao debate, o prefeito eleito falou da questão do transporte urbano, que será uma das mais desafiadoras, porque, sem os deslocamentos, a cidade não funciona. O sistema já vinha colapsado e não há perspectiva da volta dos passageiros. Segundo Melo, todos deverão ter compreensão com as questões relacionada à Covid-19, à saúde e ao transporte.  

Segundo o prefeito, tudo que é essencial para o ser humano é importante, não havendo vida sem saúde. É importante olhar para os exemplos do mundo. A Argentina teve um fechamento extremo que não obteve grandes resultados, já outros países, que permaneceram com os negócios abertos, tiveram resultados melhores. Não existe uma via única, avalia Melo. Uma coisa era a Covid em março, desde lá, a ciência evoluiu muito. O papel do prefeito é preparar a cidade para a vacina. O Governo Federal vai oferecer a vacina, mas e a seringa? Haverá geladeira? Isso tudo está no radar do prefeito que entra, do que sai e tem que ser tratado na transição.  

Melo destaca também que existe uma capacidade de leitos em Porto Alegre. Há 30 dias, quando houve uma baixa do pico da pandemia, os hospitais foram descontratizando vários leitos para a Covid, e outras urgências foram priorizadas. A pergunta é: “Nós temos uma capacidade técnica e financeira para elevar os leitos de Covid de uma hora para outra?”. E, ainda, existem condições técnicas? Não é só colocar uma máquina. Há médicos, enfermeiros? Tem dinheiro disponível para fazer isso? 

Sobre o tratamento precoce da Covid-19, Melo foi enfático a dizer que o prefeito não tem que intervir nisso, ele tem que disponibilizar os remédios e deixar os médicos tomarem a decisão. O prefeito tem que prover a rede para que o tratamento precoce aconteça. A saúde é um dos desafios para 2021, mas não é o único. Na educação, tem que se terminar o calendário deste ano e montar para o ano que vem. Há o equilíbrio das finanças, equilíbrio fiscal com um olhar de proteção social, concreta. Melo destaca, ainda, que tem muita gente passando fome nesta cidade, e que a prefeitura deverá abraçar a todos e fazer com que a sociedade civil organizada, junto com o poder público municipal, possa levar comida aos necessitados. “A realidade tem que ser enfrentada com soluções da vida urbana. Muda o prefeito, mas a cidade continua”, finaliza.  

Para Melo, o bom prefeito é o que assume e não fica olhando para trás. “Não vamos aumentar imposto, vou cancelar os aumentos do IPTU, proveremos o microcrédito e ônibus com mais horários”, enfatizou. Se houver alguma medida mais restritiva do que a preconizada pelo Governo Estadual, sua promessa é revogar, porque está convencido de que, quanto mais estendidos os horários de funcionamento, melhor para o processo. 

O prefeito ressaltou a importância de reconhecer as ações do Governo Federal, que operou a favor da economia durante a pandemia. Quando terminarem os auxílios, haverá muitos problemas a partir de janeiro, porque a receita vai diminuir sem as compensações do governo. Para isso, deverá haver uma gestão responsável. Manter o equilíbrio é essencial, desafios postos da gestão.  

Ao ser questionado por Irio Piva, sobre o comércio informal no Centro da Capital, Sebastião Melo destacou a necessidade de ações em muitas esferas. Entre elas, utilizar a inteligência da polícia para combater os depósitos milionários, proteção das fronteiras e oferecer oportunidades para os ambulantes, que são a parte mais fraca de toda a cadeia. Segundo ele, “cacetete não vai resolver o problema”. Um governo passa a ter autoridade quando oferece alternativa às pessoas. Como exemplo, Melo citou o microcrédito, que pode ter uma linha especial para a informalidade. “Não tem saída fácil, reconheço a dificuldade, o comércio já paga encargos enormes. A promessa é equilibrar esse jogo, com vários programas, e a prefeitura deve estar muito vigilante quanto a isso, mas não verão cacetete na mão achando que a coisa se resolve de uma hora para outra”, destacou.  

Presidente do SIMERS, Marcelo Matias 

O presidente do SIMERS, Marcelo Matias, relatou que o prefeito eleito tem ouvido as pessoas com o intuito de cumprir suas promessas. Entende a preocupação do prefeito, pois o ano que vem não tende a ser tranquilo. O Governo Federal não tem como manter os auxílios indefinidamente, por não haver recursos. “Certamente, haverá pessoas que colocarão a culpa nos governos, mas esta é uma crise mundial e não há como encontrar culpados”, defende.  

Sobre o tratamento precoce para a Covid-29, O SIMERS não tem uma opinião formada. “Mas somos radicalmente favoráveis à liberdade de o médico, se quiser, fazer o tratamento precoce, de o paciente ser informado dos riscos e benefícios e, caso queira fazer o tratamento precoce, que o governo municipal oferecer a medicação”, enfatizou. 

 

Segundo Matias, houve fechamento de leitos Covid nos hospitais de Porto Alegre. É importante lembrar que as restrições e ‘lockdown’ tinham um único objetivo, que era o achatamento da curva, para possibilitar a implementação de um sistema de saúde adequado. O gestor alerta que ninguém percebeu, mas o discurso mudou no meio do caminho. “Porque, se tivéssemos feito exatamente isso e mantido esses leitos, não precisaríamos mais ter bandeira alguma”, ressalta. Os trabalhos científicos hoje demonstram que a restrição de circulação não reduz mortalidade, mas sim achatar a curva. “Como ele não reduz mortalidade, o que muda a mortalidade é a existência do leito, e, no momento que nós fechamos o leito, a gente aumenta o risco de crescimento da mortalidade e se parte para uma solução, que, no meu entender, não é a mais adequada e tenho certeza de que o prefeito concorda com isso, que é a de fazer as restrições”, declara. 

Matias conclui que, quando houve o fechamento de leitos em Porto Alegre, se assumiu o risco sim de se acabar indo para restrições maiores, e que agora se corre atras para reabrir os leitos que estavam em operação para tentar preservar a economia. Segundo ele, não existe a dicotomia entre saúde e economia. “São duas questões absolutamente fundamentais e uma não pode matar a outra porque uma é interdependente da outra”, finaliza.  

A respeito das vacinas, o presidente do SIMERS é radicalmente contrário a compra sem a liberação da Anvisa.  

Presidente do CREMERS, Carlos Isaia Filho 

O presidente do CREMERS, Carlos Isaias Filho, vê a gestão do prefeito eleito Sebastião Melo e sua equipe com muita responsabilidade e comprometimento, sendo a melhor forma para tranquilizar a população porto-alegrense que vem sofrendo nesta pandemia. “Temos que devolver a confiança, e o prefeito colocou muito bem isto. A população necessita confiar, por meio do comprometimento de todas as áreas municipais”, ressalta.  

Por outro lado, aponta Isaias, há uma balança, de um lado a saúde, do outro a economia. Para ele, o fiel desta balança é justamente o transporte urbano, que poderá mover estes dois grandes pilares da saúde e da economia, e passa a ser importantíssimo e preponderante. Espera-se que possa haver mais viabilidade, aumento dos horários de funcionamento do comércio para que se possa colocar todos os setores trabalhando em horários justos, criar um maior fluxo de transporte e consequentemente uma menor contaminação entre a população. Para o presidente, a forma como está sendo feita a transição da municipalidade, ouvindo todos os setores, é de extremamente importante.  

Isaias aponta também que não se pode trazer para a população a vacina como sendo a solução imediata. Nesse interim de esperar a vacina, houve um relaxamento de todas as medidas básicas que comprovadamente podem diminuir a contaminação. Outra dúvida é saber se as cidades estarão preparadas para vacinar, quando ela chegar. Segundo o gestor, deve se dar atenção a toda a logística para quando a vacina estiver disponível. Por outro lado, os leitos não sumiram, continuam dentro dos hospitais, a questão é de gerenciamento e pagamento destes leitos. Isaias apoia a bandeira própria de Porto Alegre, pois muitos pacientes vêm de fora, portanto o gerenciamento de leitos é fundamental. 

Presidente do COREN-RS, Daniel Souza 

O presidente do COREN RS, Daniel Souza, destaca que a saúde é municipalizada e que é um desafio para a cidade fazer o gerenciamento desses recursos, pois a própria União não repassa os recursos suficientes, e o Governo do Estado nunca repassa os 12% da saúde. Souza aponta que esta escassez acaba fazendo com que o município tenha que aumentar os recursos direcionados para a saúde.  

Segundo ele, a gestão de recursos é um grande desafio para encarar 2021, um ano que será muito difícil para a saúde, especialmente, porque ainda estaremos em franca pandemia. Talvez os profissionais de saúde consigam ser vacinados ainda no primeiro semestre, mas ainda há dúvida sobre esse calendário. Os profissionais estão bastante extenuados e, no ano que vem, deve-se esperar reflexo nos serviços de saúde, especialmente os municipais, aponta Souza.  

O representante dos Enfermeiros destaca também que a atenção básica será um grande desafio para 2021. Segundo Souza, nestes últimos anos, havia um avanço da saúde da família que veio caindo. Ele sugere mais investimentos na saúde primária, pois equipes necessitam de estabilidade. 

Presidente da CDL POA, Irio Piva 

Piva inicia sua participação dizendo-se feliz em ouvir o prefeito falar em esperança, otimismo e equilíbrio. Segundo ele, “especialmente o equilíbrio é algo que estamos lutando neste momento, entre a saúde e a economia, porque uma não pode prescindir a outra. A economia precisa estar viva para que a prefeitura, o governo do Estado e o País possam investir na saúde”, declara do empresário. 

O presidente da CDL POA ressaltou as oportunidades nas quais pôde estar com o prefeito eleito, Sebastião Melo, que têm ouvido as entidades antes mesmo de começar a governar. Piva destaca que os empresários não pretendem participam da gestão da cidade somente para reclamar ou fazer reivindicações, “queremos contribuir e dividir a responsabilidade”, afirma.  

O varejo se diz otimista para 2021, esperando que a vacina chegue para que se possa voltar a uma certa normalidade. Enquanto ela não vem, o presidente destaca que a população tem que aprender a viver de maneira segura, porque não se pode parar com a economia, com o risco de os problemas serem muito maiores. “Tivemos, neste ano, uma quantidade muito grande de lojas fechadas em Porto Alegre, em todo o Estado e no Brasil. Trata-se da maior crise já vivida mundialmente e afeta a todos”, relata Piva ao afirmar que todos devem dar o seu melhor para um 2021 muito bom.   

Para Piva, foi gratificante ouvir o prefeito eleito dizer que não será mais restritivo do que o governo do Estado. Este ano, já houve situações bastante complicadas em função de diferenças de pensamento entre prefeitura e governo do Estado, aponta. Como representante de uma entidade empresarial, Piva destaca que seu papel é dizer que os desafios serão extremamente fortes. “Primeiro de entender essa nova realidade. Tanto dentro da pandemia quanto no pós-pandemia, houve muita mudança, o consumidor mudando de maneira drástica e, certamente, os recursos injetados na economia, que deram um certo alívio em alguns setores pela liquidez, irão cessar”, avalia. Segundo Piva, no próximo ano, todos terão que se adaptar com recursos muito mais escassos e saber entender o momento, um desafio para todos os empresários e também para o setor público. 

Para reforçar a participação social da CDL POA, Piva relata a significativa campanha de divulgação para conscientização da população, realizada por três entidades no início de dezembro, o Sindilojas Porto Alegre, o Sindha e a CDL POA. “Mesmo não sendo da saúde, todo temos responsabilidade, pois nossa voz ecoa na sociedade para uma maior conscientização”, afirma. Para termos um 2021 maravilhoso, não se pode relaxar nos cuidados com a aproximação da vacina, finaliza o presidente. 

 

Data

18 dezembro 2020

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