“Nós vamos fazer uma revolução econômica em Porto Alegre”, anunciou o secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos de POA, Cezar Schirmer, no Tá na Mesa da FEDERASUL desta quarta-feira (01), ao revelar que a prefeitura vai investir R$ 400 milhões em mobilidade, sistema viário, espaços públicos, patrimônio histórico e desenvolvimento econômico-social no centro histórico de Porto Alegre. Os recursos são provenientes de financiamento do Banco Mundial e serão investidos nos próximos cinco anos.
Schirmer foi um dos palestrantes da reunião-almoço que debateu “O Futuro dos centros históricos: O que aprendemos com a capital dos gaúchos para transformar outras cidades”. Também foram convidados o presidente do CDL POA, Irio Piva e a fundadora da In Loco Pesquisas, Sabrina Leal. No evento, o presidente do CDL apresentou uma pesquisa inédita que traz um retrato detalhado das percepções, comportamentos e expectativas da população em relação ao centro histórico da capital.
O estudo contemplou diferentes públicos ligados ao centro histórico: moradores que ainda vivem na região, ex-moradores que migraram para outros bairros e frequentadores ocasionais. Além disso, a pesquisa inclui comerciantes que mantêm negócios no centro e empreendedores que já atuaram na área, oferecendo uma visão abrangente sobre como cada grupo percebe os desafios e oportunidades da região.
Os resultados ratificam a importância do centro como polo cultural e econômico da cidade, mas também os desafios para sua revitalização. Entre alguns motivos apontados para a queda na frequência à região, estão a insegurança (33,2%), a sujeira (29,6%) e a saída de empresas e serviços (15,3%). Apesar disso, o apego afetivo permanece: 52,7% das associações espontâneas ao centro histórico foram positivas, destacando o Mercado Público, a história e a cultura local.
Quando questionados sobre melhorias prioritárias, os entrevistados ressaltaram a necessidade de reforço no policiamento noturno (42%), mais limpeza (32,4%) e o resgate de atividades culturais (27,6%). O levantamento mostra, ainda, que a pandemia e as enchentes de 2024 impactaram de forma significativa o movimento na região, acelerando processos de esvaziamento comercial e residencial.
Para o presidente da CDL POA a pesquisa reforça a urgência de um plano integrado para o futuro do centro. “O centro histórico é o coração da cidade, um espaço que carrega memória, cultura e identidade. Revitalizá-lo é fundamental não apenas para resgatar sua vocação cultural e comercial, mas também para devolver aos porto-alegrenses o orgulho e a sensação de pertencimento a este território tão simbólico”, afirma.
O dirigente destacou ainda que o processo de digitalização também acelerou o esvaziamento quando muitos serviços passaram a ser realizados de forma on-line.
O secretário Cezar Schirmer considera o processo de transformação do centro histórico um grande desafio. Mesmo assim acredita no potencial de desenvolvimento econômico da região. “A prefeitura já deu início ao processo de transformação através de inúmeras ações e programas que vão mudar o centro histórico”, garantiu.
Sabrina Leal, responsável pela pesquisa, destacou que o trabalho é a voz de Porto Alegre pois captura o sentimento da cidade um ano após as enchentes. “Moradores de todas as regiões desejam que o Centro Histórico volte à efervescência cultural de antes”, complementou.
O presidente da FEDERASUL Rodrigo Sousa Costa, que conduziu os debates, considerou a pesquisa bem importante, especialmente porque resultará em melhorias na qualidade de vida da população. Rodrigo convidou a presidente da Associação Comercial de Porto Alegre, Suzana Velhinho Englert a participar dos debates.