Retrospectiva de 2024 e cenários para a atividade econômica 2025

Breve retrospectiva de 2024 e cenários para a atividade econômica em 2025 no BR e no RS

O Brasil fechará 2024 com surpresa positiva no tocante ao PIB. No começo do ano, o consenso entre os especialistas de mercado no Relatório FOCUS acusava majoração de +1,6%. Hoje, a perspectiva é de um avanço em torno de +3,2%. Nesse sentido, três grandes elementos pesaram para o desempenho.

Em primeiro lugar, a União seguiu promovendo impulso fiscal notável por meio de políticas como a valorização real do Salário Mínimo e do seu impacto sobre os benefícios sociais. Outro aspecto que chama a atenção passa pelas condições de emprego: a taxa de desocupação manteve a trajetória declinante, chegando a atingir 6,2% no trimestre móvel encerrado em outubro – menor patamar de toda a série iniciada em 2012. Por fim, a despeito da retomada do ciclo de elevação da Taxa SELIC em setembro, as emissões de crédito permaneceram robustas. Algumas das hipóteses capazes de explicar a aparente dicotomia são: (1) melhora da produtividade no setor financeiro; (2) motores de crédito mais eficientes; (3) a influência do governo federal para fortalecer a renda disponível das pessoas físicas.

É fundamental entender que a subestimação do crescimento pelos analistas não está circunscrita a 2024. O fenômeno é recorrente ao longo do pós-pandemia, e apresenta como possível causa os efeitos do conjunto de reformas colocadas em marcha a partir de 2016 – atualização da legislação trabalhista e da Previdência Social, autonomia do Banco Central, digitalização e desburocratização do aparato estatal, mudança do papel do BNDES, etc..

Apesar da ressalva supracitada, a previsão é de que PIB do Brasil venha a perder tração em 2025, de modo que as estimativas apontam cerca de +2,0%. Na nossa opinião, três vetores sustentam a tese. As regras que restringem a expansão da despesa pública tendem a enfraquecer o grau de estímulo à demanda. Por sua vez, a reaceleração da inflação corrente e dos prognósticos do IPCA graças ao aquecimento da economia e às consequências do aumento dos riscos fiscais farão com que a taxa básica de juros média seja maior em relação a 2024. Também não esperamos que o panorama internacional ajude: enquanto a expectativa é de recrudescimento do protecionismo comercial em função da postura do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, a China provavelmente continuará registrando uma desaceleração, sobretudo em razão das dificuldades ainda exibidas no ramo imobiliário.

Especificamente a respeito do Rio Grande do Sul, o PIB deve em 2024 superar a marca de 4,0%, não obstante a tragédia climática de maio. É importante mencionar o histórico de dois anos ruins em virtude das estiagens em 2022 e 2023 que prejudicaram a agropecuária. Além da safra de verão mais próxima ao normal, parcela relevante da colheita já fora realizada antes das enchentes. Ademais, houve uma injeção significativa de recursos, tanto através de dinheiro novo quanto do adiantamento de pagamentos e de carências para certos impostos, contas básicas e financiamentos.

Em 2025, a FIERGS calcula que o PIB gaúcho subirá +3,3%. Por um lado, existem questões benignas. O incremento de +2,7% da produtividade da safra de grãos, de acordo com a projeção de novembro da CONAB, o retorno das operações do aeroporto Salgado Filho, os demais esforços em termos de reconstrução da infraestrutura e a pequena base de comparação em diversos dos segmentos mais afetados pelas inundações na indústria e nos serviços contribuirão para o resultado. Em contrapartida, o ajustamento decorrente da antecipação expressiva de consumo depois dos alagamentos é um fator limitante.

Data

09 dezembro 2024

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