Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD):
- A taxa de desocupação no Brasil passou de 6,1% no trimestre móvel encerrado em novembro de 2024 para 6,2% no trimestre com término em dezembro;
- Número veio acima da mediana das projeções obtida junto aos especialistas sondados pelo Broadcast+ (6,0%);
- Ainda assim, temos o segundo menor resultado de toda a série histórica, iniciada em 2012;
- Apesar da sazonalidade favorável, a população ocupada (formais e informais) encolheu em 85 mil pessoas, enquanto no mesmo período de 2023 o contingente registrou acréscimo de 477 mil;
- Por seu turno, a quantidade de desempregados nesse ínterim exibiu incremento de 53 mil pessoas, em oposição à queda de 120 mil no confronto à janela correspondente de 2023;
Novo CAGED:
- Em dezembro, a diferença entre recrutamentos e demissões com carteira assinada no Brasil totalizou -535,5 mil, abaixo, portanto, do consenso dos respondentes entrevistados pela Reuters (-402,5 mil);
- Tipicamente os valores são negativos em decorrência das seguintes características: (a) fim dos contratos temporários visando o atendimento da demanda inerente às festividades como Natal e Ano-Novo; (b) entressafra de determinadas culturas no âmbito da agropecuária;
- É a terceira vez consecutiva em que o dado fica aquém do esperado;
No acumulado em 12 meses, o saldo atingiu 1,693 milhão. Por um lado, a estatística foi maior em relação a 2023 (1,454 milhão) por conta, entre distintas razões, do desempenho do PIB (de +3,2% para, provavelmente, +3,5%). Por outro, o somatório em 12 meses da criação líquida de postos desacelerou pela terceira oportunidade ininterrupta, após o pico recente em setembro (1,846 milhão).
Considerações: as informações corroboram com o cenário de desaquecimento do Brasil no quarto trimestre de 2024. Entendemos que a alta da inflação ao consumidor, a retomada / intensificação do ciclo de aumento da Taxa SELIC desde setembro e a piora das condições financeiras provocada tanto pela insatisfação com o pacote de redução dos gastos do Governo Federal quanto pela perspectiva envolvendo cortes parcimoniosos de juros nos Estados Unidos podem ter contribuído para o fenômeno.
Análise para o Rio Grande do Sul:
No RS houve a destruição de 28.384 vínculos em dezembro de 2024 contra -29.613 no respectivo intervalo de 2023. Já no acumulado de 2024, as 63.551 vagas superaram, e muito, o patamar constatado em 2023 (46.574), a despeito da tragédia causada pelas enchentes. No entanto, vale notar que o PIB gaúcho deverá ultrapassar 4,0% em 2024, ou seja, significativamente mais do que em 2023 (+1,9%). A base de comparação deprimida em virtude das secas em 2022 e 2023, o fato de que boa parte da safra de grãos fora colhida antes dos alagamentos de maio, o forte ritmo de crescimento da economia brasileira e o conjunto de recursos dos poderes públicos alocados para o enfrentamento da crise climática ajudam a explicar a referida dinâmica.
Saldo do CAGED – por CNAE 2.0 – Rio Grande do Sul
(em unidades)
Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência. *Em dezembro de 2023 o saldo foi de -29,614 porque uma movimentação não teve o setor identificado. Elaboração: AE/CDL POA. |
Quais as expectativas?
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), cujo objetivo é de antever oscilações do mercado de trabalho brasileiro, caiu 1,6 ponto na transição de novembro para dezembro de 2024. Desde agosto, o nível do IAEmp diminuiu 4,8 pontos.
Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) – Brasil (Em pontos – série com ajuste sazonal – Base: jun/08 = 100) |
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Fonte: FGV. Elaboração: AE/CDL POA. |