Ata da Reunião sobre Taxa de Juros (09-10 julho)

O Banco Central divulgou hoje a Ata da última reunião que definiu pelo aumento da Taxa de Juros SELIC para 8,5% a.a., de forma unânime.

O comunicado informa que a inflação em nível elevado, e aumentos dispersos na maioria dos produtos, contribuíram para acelerar o processo de ajuste e, portanto, para um aumento maior da taxa de juros.

Além disso, segundo a instituição, a indexação e as expectativas também contribuíram para a resistência da inflação em nível mais alto:

“O Copom pondera que o nível elevado de inflação e a dispersão de aumentos de preços – a exemplo dos recentemente observados – contribuem para que a inflação mostre resistência. Nesse contexto, inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a piora na percepção dos agentes econômicos sobre a própria dinâmica da inflação.”

Para os próximos meses, a instituição projeta:

  • demanda ainda aquecida em função do mercado de trabalho;
  • políticas de incentivo tomados pelo governo em 2012 ainda devem impactar a economia por alguns meses;
  • utilização da taxa de juros como instrumento necessário para reduzir a inflação nos próximos meses.

A próxima reunião do Banco Central sobre a taxa de juros será em 27-28 de agosto.

Considerações da Assessoria Econômica

A correta percepção por parte do Banco Central quanto à expansão de gastos do governo, somada a piora nas expectativas e a utilização de mecanismos de indexação contrasta com os sinais dados pela instituição no passado, quando permitiu que a inflação se mantivesse constantemente acima da meta.

Apesar de já ter iniciado um ciclo de aumento dos juros é necessário também que o governo, através do Ministério da Fazenda, inicie um ciclo de contenção de seus gastos.

Do contrário, a inflação continuará sendo estimulada pelo crescimento da demanda acima da capacidade produtiva da economia brasileira nesse momento.

Quando isso ocorre por muito tempo há o risco de retorno de mecanismos de indexação, como:

  • reajustes automáticos de salários com base na inflação passada;
  • inserção de cláusulas de reajustes automáticos em contratos as empresas e seus fornecedores;
  • em mercados com baixa concorrência, em que há poucos fornecedores de um produto, o reajuste de preços antes do aumento dos custos, como uma tentativa de proteção.

Nesse caso o combate à inflação se torna ainda mais complexo e com efeitos mais demorados, pois as pessoas e empresas passam a esperar mais inflação e, com isso, tomar decisões no sentido de proteger seus ganhos.

Por fim, para os próximos meses, as expectativas do mercado apontam para Taxa de Juros em 9,25% ao final de 2013. Caso as projeções se confirmem, o Banco Central ainda faria um aumento total de 0,75 p.p. na taxa SELIC.(em % a.a.; em var. % acumulada em 12 meses – respectivamente)

Fonte: Banco Central do Brasil; IBGEElaboração: AE/CDL POA.

Assessoria Econômica
Gabriel P. Torres – Economista
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Data

18 julho 2013

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