Após um desempenho bastante positivo em Julho, o Varejo Restrito no estado fechou com leve queda na comparação entre agosto e julho, já descontados os efeitos sazonais.
Os dados divulgados pelo IBGE apontam:
- queda de -0,42% em relação a julho/2013, um mês onde o Varejo havia crescido 2% em relação a junho/13, na comparação livre de efeitos sazonais;
- mas, na comparação com agosto/12, crescimento de 4,5% no volume de vendas;
- em 2013 acumula crescimento de 3,9% em relação a 2012;
- em 12 meses o crescimento acumulado é de 5,6%;
- no Varejo Ampliado, que inclui Veículos e Material de Construção, o crescimento foi de 0,8% em relação a julho/2012;
- entre os segmentos com melhor desempenho na comparação com julho/12 estão Combustíveis (13,6%), Material de construção (12,1%) e Móveis e eletrodomésticos (6,2%).
Por fim, o Varejo restrito no Brasil teve desempenho melhor na comparação com julho, com crescimento de 0,93%, totalizando aproximadamente R$ 60,2 bilhões em faturamento nominal.(em var. % real mês sobre igual mês ano anterior)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA.
(em var. % acumulada no ano)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA
Considerações da Assessoria Econômica
Em primeiro lugar, é importante destacar que o forte desempenho registrado em julho foi atípico para essa época do ano. Como consequência, a comparação entre agosto/13 com julho/13 acaba sendo afetada pela alta base de comparação no mês passado.
Se tomarmos a média dos dois meses, no bimestre julho-agosto o Varejo cresceu 0,77% ao mês, um resultado mais em linha com a média até junho, de 0,48% ao mês (descontados os efeitos sazonais). Ou seja, o desempenho de agosto trouxe o Varejo Restrito de volta à tendência de expansão moderada verificada no primeiro semestre.
Essa tendência de expansão moderada em 2013 é resultado de alguns fatores econômicos agindo em sentidos opostos, sendo do lado positivo:
- recuperação das expectativas dos consumidores, saindo do campo pessimista;
- crescimento moderado na renda das famílias;
E, do lado negativo:
- expansão mais moderada do crédito, na comparação com o período 2010-2012;
- e, atuando de forma negativa, aumento da taxa de juros.
Ou seja, o Varejo continua em expansão, porém em ritmo mais lento que no mesmo período entre 2010 e 2012.
Notas sobre a pesquisa do IBGE
Lembramos que em função da mudança na metodologia na pesquisa as comparações entre 2012 e anos anteriores poderiam estar superestimadas, o que não deve ocorrer para as comparações com esse ano. Como exemplo, citamos o setor de Comércio de alimentos, bebidas e fumo, que incluem Hipermercados e supermercados. Conforme o IBGE esse segmento cresceu 14% em volume de vendas apenas no estado, em 2012. Entretanto, comparando com dados da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), o crescimento das vendas em 2012 foi de 6,6% – um desempenho bastante inferior ao divulgado pelo IBGE.
Ainda conforme o IBGE, o Volume de Vendas é o faturamento real, ou seja, já descontado os efeitos da inflação. A Receita Nominal mede o faturamento nominal, sem descontar os efeitos da inflação. A pesquisa do IBGE verifica apenas empresas com, no mínimo, 20 funcionários.(em var. % acumulada em 12 meses)
Fonte: IBGE. Elaboração: AE/CDL POA.