Análise Boa Vista: volume de vendas no varejo restrito sobe 0,1% em abril - CDL POA

Análise Boa Vista: volume de vendas no varejo restrito sobe 0,1% em abril

Em 12 meses acumulados o crescimento desacelerou de 1,2% para 0,9%

De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, o volume de vendas no varejo restrito subiu 0,1% entre os meses de março e abril na comparação dos dados dessazonalizados. O resultado no mês veio levemente abaixo do esperado, uma vez que a mediana das projeções, que variavam de -1,4% a 0,7%, apontava um aumento de 0,2% no período.

Dentre os destaques do mês, o segmento de “Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” subiu 3,2% e, praticamente, compensou a queda observada nos outros segmentos mais relevantes do setor, como “Móveis e eletrodomésticos” (-0,5%), “Combustíveis e lubrificantes” (-1,9%) e “Tecidos, vestuário e calçados” (-3,7%).

Na comparação interanual o volume de vendas subiu 0,5% e a curva de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, se manteve numa trajetória de crescimento desacelerado, passando de 1,2% para 0,9% entre os meses de março e abril. Essa tendência de desaceleração já era esperada e foi antecipada pelo indicador de Movimento do Comércio, desenvolvido pela Boa Vista, parceira de negócios da CDL Porto Alegre, que aponta alta de 1,0% na mesma base de comparação até o mês de abril.

“A tímida variação observada em abril e, mais do que isso, a composição dela, sugerem que o setor ainda passa por momento delicado. Mais uma vez foram os produtos de necessidade mais básica e que dependem menos de crédito que sustentaram a alta, outros, como móveis, eletrodomésticos, vestuário e até combustíveis andaram na contramão”, avalia o economista da Boa Vista, Flávio Calife.

“No geral, os números ainda são positivos e é possível que essa tendência de desaceleração recente seja revertida nos próximos meses. Diferente do que aconteceu no ano passado, a curva de longo prazo do varejo não deve apontar retração este ano, mas é importante ressaltar que individualmente os segmentos do setor podem apresentar comportamentos distintos, sobretudo aqueles que dependem mais do crédito, que está mais caro e restrito”, conclui Calife.

 

Data

16 junho 2023

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