Redução de riscos começa pelo monitoramento tanto das vendas, como das tentativas de fraudes nas transações comerciais
Realizar monitoramento tanto das vendas, como das tentativas de fraudes nas transações comerciais evita o risco de a empresa conceder crédito para maus pagadores e negar para bons consumidores. Dessa forma, a importância de avaliar os riscos na concessão de crédito e a análise de fraude foram os temas centrais do quinto episódio do Podcast C(on)versão, promovido pela CDL POA. Tom Canabarro, CEO da Konduto e diretor antifraude da Boa Vista, e Patrícia Klaser Biasoli, coordenadora de estratégia de crédito e prevenção à fraude da Lebes Financeira, realizaram um debate sobre esse cenário e trouxeram dicas e estratégias para as empresas.
Problema crônico no mundo inteiro e que ganha ares criativos quando chega em terras brasileiras, as fraudes são tão comuns, que surgem quase instantaneamente a cada inovação do mercado. Conforme levantamento da Konduto, vertical de antifraude para pagamentos online da empresa de inteligência analítica Boa Vista, durante o Dia dos Namorados de 2022, 3,24% dos pedidos de compra processados foram tentativas de fraude barradas pelo seu sistema. A taxa apresenta uma queda de cinco pontos percentuais (5 p.p.) em relação ao ano anterior, quando 8,13% do total de compras eram fraudes e foram bloqueadas.
Além disso, a Konduto registrou mais de 9 milhões de tentativas de fraudes evitadas somente entre janeiro e abril de 2022, que representariam R$ 27,7 bilhões de prejuízo para o comércio – caso não tivessem sido evitadas. “A fraude mais comum que temos é identidade roubada, cartão de crédito ou CPF clonados que o fraudador usa para comprar um produto e vender no mercado paralelo”, pontua Canabarro. Segundo ele, pelo menos 90% das transações em e-commerce fraudulentas estão nesse contexto.
De acordo com Patrícia, as fraudes se aplicam a mercadorias físicas (assim como no e-commerce) e também no crédito pessoal. “Também entra na mesma vertente. É um saque planejado. O fraudador já está esperando em outro ambiente para receber esse dinheiro, ele acaba atuando em todas as vertentes quando falamos de produtos físicos ou financeiros”, ressalta. Conforme Canabarro, é importante que as empresas que aceitam pagamentos na internet saibam que estão suscetíveis à fraude. “Você precisa se proteger de uma forma ou de outra, podem ser proteções mais básicas, dependendo do seu negócio, ou então proteções mais sofisticadas”, pontua.
Monitoramento de vendas e mitigação de riscos: dicas para proteger as operações
Canabarro afirma que além de todas as estratégias necessárias para realizar vendas online, que envolvem marketing, checkout, publicação de site, fotografias e relacionamento com os clientes, as empresas que vendem online também precisam pensar em uma ferramenta antifraude. “Alguma proteção você precisa ter, não dá para simplesmente aceitar tudo o que está chegando. É como no mundo físico não checar a autenticidade de notas de R$ 50 ou R$ 100, você se abre demais para esse tipo de oportunidade”, explica.
Conforme Patrícia, a fraude não acontece somente em grandes centros e no e-commerce, então as empresas do varejo – independente da localização – precisam atuar de forma preventiva. “Acho que nosso grande desafio é a identificação do cliente, o cartão de crédito nos impacta, mas como trabalhamos muito com crediário acho que hoje o maior desafio do varejo é ter certeza que o cliente é ele mesmo e outra é identificar que o documento não é falso”, diz.
O Podcast C(on)versão tem o objetivo de compartilhar conhecimento para fortalecer o ambiente de negócio. Na primeira temporada, o tema é crédito e terá a participação de especialistas para apresentar e debater sobre as principais tendências desse cenário.
Gestão de carteira, inadimplência e inteligência no uso de dados são alguns dos assuntos a serem abordados. O quinto episódio sobre inadimplência está disponível aqui.