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DEZEMBRO, 2020
Notícias
Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Produto Interno Bruto: o prognóstico para 2020 continuou em -4,40% entre os dias 18 e 24. De acordo o “Monitor do PIB” da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o nível de atividade nacional aumentou +0,6% em outubro frente a setembro, na série com ajuste sazonal. Das 12 categorias investigadas, apenas seis tiveram elevação nessa base. Além disso, o ramo de serviços, sobretudo os prestados às famílias, impede que o ritmo da retomada seja mais forte. Já para 2021, a projeção subiu de +3,46% para +3,49%, patamar inferior ao calculado pelo IPEA.
Preços: enquanto a estimativa para o IPCA permaneceu inalterada para 2020 (+4,39%), a expectativa para 2021 apresentou pequena queda (+3,37% para +3,34%). Recentemente, o IBGE revelou a prévia do indicador oficial (IPCA-15) de dezembro: incremento de +1,06%. Apesar do recorde desde junho de 2018, a estatística veio abaixo da mediana das 26 instituições sondadas pelo Valor Data (+1,14%).
Taxa SELIC: o Comitê de Política Monetária (COPOM) endureceu seu discurso a respeito da utilização de instrumentos para assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda, visando o cumprimento da meta de 3,75% no ano que vem. Agora, os agentes de mercado esperam que a Taxa SELIC encerre 2021 em 3,13% ao ano, e não em 3,00% a.a.. Entendemos que novas correções para cima podem acontecer ao longo das semanas vindouras, dependendo da persistência inflacionária, do comportamento da ociosidade e da tramitação das reformas no Congresso.
A interpretação do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas acerca do panorama
Os números para o PIB do Brasil em 2020 (de -5,0% para -4,3%) e 2021 (de +3,6% para +4,0%) sofreram revisões altistas. A “despiora” no ano corrente foi motivada pelos resultados superiores aos aguardados na indústria e no comércio. Por sua vez, as maiores expansões em 2021 ocorrerão no setor secundário e nos investimentos em capital, como máquinas e equipamentos (+5,0% e +5,3%, respectivamente), ao passo que os gastos dos consumidores e o segmento terciário avançarão, pela ordem, +3,5% e +3,8%.
Entre os desafios a partir de janeiro estão a necessidade de buscar o equilíbrio fiscal do governo, os impactos do fim do auxílio emergencial na composição de rendimentos dos cidadãos, eventuais deteriorações do quadro sanitário antes da vacinação e os gargalos determinados pela desorganização da oferta, responsáveis pela escassez de insumos.
Conforme os especialistas, em caso de não renovação das ações de sustentação da demanda, incluindo o coronavoucher, a tendência é de que o ímpeto do crescimento no primeiro trimestre seja menor, com aceleração nos períodos subsequentes.
Avaliação do CAGED – novembro de 2020
Panorama nacional: o Brasil criou 414.556 postos com carteira assinada em novembro, patamar que configura o pico da série histórica, iniciada em 1992. Ademais, o montante extrapolou as projeções das consultorias e bancos entrevistados pelo Valor Data, uma vez que a mediana das estimativas apontava +300.000.
Ao todo foram 1,532 milhão de admissões no período. Conforme o gráfico, nunca houve uma diferença positiva tão acentuada frente a 2019 (+240,4 mil). Os últimos dados chamam a atenção, pois coincidem com a desaceleração da atividade econômica após o pior momento da crise. Nesse sentido, entendemos que o fenômeno pode ser explicado pela característica da CLT, de modo que a rigidez imposta pela legislação introduz uma defasagem entre a dinâmica da renda e das contratações.

Por sua vez, os desligamentos somaram 1,117 milhão, ou seja, abaixo do número verificado em 2019 (1,192 milhão). Cremos que os programas de preservação de emprego do governo federal adotados ao longo de 2020 justificam o resultado. Vale lembrar que a suspensão de contrato / redução de jornada com diminuição proporcional de salário garante estabilidade temporária aos colaboradores, que só é capaz de ser interrompida mediante o pagamento de uma multa da parte das empresas.
Panorama estadual: o Rio Grande do Sul originou, em termos líquidos, 29.788 vagas em novembro: recorde assim como para o Brasil. No ranking que confronta o impacto das movimentações em relação à quantidade de trabalhadores em outubro, alcançamos a sétima colocação entre as Unidades da Federação (+1,21%), ultrapassando a média nacional (1,03%).

As informações por ramos mostram que o comércio (+11.317), agropecuária (+1.291), indústria (+8.235), construção (+1.012) e serviços (+7.933) geraram, pela ordem, os maiores saldos ante suas parcelas de importância.

Especificamente sobre o varejo, foram 10.030 cargos, com destaques para:
- Hiper e supermercados (+2.193);
- Vestuário e acessórios (+1.711);
- Produtos farmacêuticos para uso humano e veterinário (+1.012).
Acumulado do ano: o total de vínculos celetistas entre janeiro e novembro atingiu +227,0 mil. É o primeiro mês no azul nessa base desde abril. Já o Rio Grande do Sul destruiu -19,5 mil vagas nesse ínterim.
Consequentemente, o estoque de mão de obra encolheu -0,78%, com apenas o Rio de Janeiro (-4,09%), Sergipe (-1,82%) e Distrito Federal (-1,27%) registrando variações inferiores. Cabe ressaltar que, além da pandemia, tivemos enormes prejuízos nas safras de grãos de milho e de soja em 2020.
Na discriminação por setores, os serviços (-22,9 mil) e o comércio (-9,6 mil) puxaram o agregado para baixo. Entre as categorias que ajudaram a minorar as perdas estão a indústria (+8,7 mil), construção (+2,6 mil) e agropecuária (+1,6 mil).
COMENTÁRIOS:
Em Nota Técnica, o Ministério da Economia esclarece que o Novo CAGED, publicado desde 2020, incorpora não somente o próprio CAGED, como também o eSocial e o Empregador Web. Logo, a abrangência do sistema de coleta é consideravelmente superior, o que torna as comparações com outros anos menos acuradas.
Por fim, diante do conjunto de políticas ofertadas pela União, acreditamos o mercado de trabalho está antecipando parte da recuperação que seria obtida em 2021.