Fique bem informado – 16 dez - CDL POA

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16

DEZEMBRO, 2020

Notícias

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

PIB: o prognóstico para 2020 ficou praticamente estável, passando de -4,40% para -4,41% entre os dias 04 e 11, apesar das estatísticas positivas do setor terciário em outubro. De acordo com o IBGE, o comércio ampliado subiu +2,1% em relação a setembro, na série com ajuste sazonal – acima da mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data, de +1,5%. Nesse mesma base de comparação, os serviços avançaram +1,7%, superando o incremento aguardado de +1,0% dos especialistas sondados pela Reuters.

Inflação: como o IPCA de novembro (+0,89%) veio além das expectativas do Relatório FOCUS (+0,77%), os agentes corrigiram o cômputo para o fechamento do ano (+4,21% para +4,35%). A boa notícia foi a desaceleração considerável do IGP-M na primeira prévia de dezembro (+1,28%), influenciada pelo comportamento da soja e do minério de ferro no atacado. Para 2021, a número continuou em +3,34%.

Taxa de câmbio: os novos contratos de swap ofertados pela autoridade monetária, que equivalem à venda futura de dólares no mercado, o indicativo de que a normalização dos juros pode começar antes do que o esperado e a valorização das commodities fortaleceram o Real recentemente.

Fiscal: o governo estabeleceu como meta para o resultado primário de 2021 um déficit de R$ 247 bilhões. Vale lembrar que o rombo é R$ 108 bilhões maior do que o anterior ao surto da COVID-19, o que ressalta que a expansão das despesas promovida pelo Orçamento de Guerra reverberará sobre as contas públicas também em 2021.

A interpretação do COPOM acerca do panorama

Cenário internacional: por um lado, as medidas de distanciamento social afetarão negativamente a atividade no quarto trimestre. Por outro, a revelação da eficácia das vacinas será um dos vetores essenciais para a sustentação dos ganhos de confiança e, consequentemente, da retomada. Em um contexto marcado pela ociosidade, os estímulos oriundos dos bancos centrais tendem a permanecer excepcionalmente elevados, beneficiando os emergentes.

Quadro doméstico: a recuperação segue em curso após o pior momento da recessão, embora o ritmo seja muito desigual entre os segmentos. Para o ano que vem, a fonte de incerteza está na resposta da renda e do emprego à saída da União como elemento capital de amparo à demanda.

A despeito do aumento no curto prazo, o entendimento é de que o choque sobre os preços é passageiro. Não deveremos, portanto, observar crescimentos sistemáticos, de modo que isso venha a comprometer a meta definida para 2021.

Por fim, o comunicado da última reunião destacou que desde que o COPOM adotou a chamada “prescrição futura” – a manutenção de juros em 2,0% ao ano enquanto não houver mudança nos fundamentos fiscais e as expectativas para o IPCA em 2021 estiverem aquém de 3,75% –, as projeções para a inflação pararam de cair. Logo, é possível que a sinalização deixe de ser utilizada. Na perspectiva da Assessoria Econômica da CDL Porto Alegre, trata-se de uma postura mais firme, o que pode deflagrar o início do ciclo de majoração da SELIC ainda no primeiro semestre de 2021.

 

COPOM mantém a Taxa SELIC em 2,00% ao ano

Observação: relatório escrito antes da decisão

Atividade doméstica: o PIB subiu +7,7% no terceiro trimestre frente ao segundo, na série com ajuste sazonal, de acordo com o IBGE. As retificações nos dados de 2019 (+1,1% para +1,4%) e primeiro semestre de 2020 (-5,9% para -5,6%) levaram os especialistas a atualizarem suas estimativas para a queda da renda em 2020, hoje em -4,4%. As estatísticas referentes a outubro e novembro sinalizam para a continuidade da recuperação, embora em um ritmo notadamente mais modesto. Para 2021, as dúvidas pairam sobre a resposta da iniciativa privada ao encerramento das ações estatais de preservação da demanda.

Preços: conforme as novas projeções do Relatório FOCUS, o IPCA em 2020 deve ultrapassar a meta de 4,00%, ainda que permaneça dentro do intervalo de tolerância (+5,5%). Para 2021, as expectativas passaram de +3,47% para +3,34% ao longo dos últimos sete dias. Entendemos que a mudança é produto da acomodação do choque sobre a energia no calendário 2020, e não em 2021. Contudo, é importante perceber que variações mais elevadas em 2020 acabam por repercutir negativamente em 2021 via mecanismo de indexação, visto que muitos contratos de preços e salários são corrigidos automaticamente pelos índices.

Cenário internacional: houve progresso considerável. Dois eventos serviram para reduzir a incerteza: (1) o término das eleições nos Estados Unidos, que apontaram Joe Biden como chefe do Executivo e a conservação do domínio dos Republicanos no Senado, o que minimiza a probabilidade da admissão de medidas que sejam danosas para a economia americana da parte dos Democratas; (2) a revelação da eficácia de diversas vacinas para o novo coronavírus.

O aumento dos casos da COVID-19 nos EUA não deve impedir a retomada do crescimento no quarto trimestre do País. Por sua vez, o PIB europeu cairá em torno de 3,0% nesse ínterim, refletindo o endurecimento do distanciamento social. Recentemente, em função da piora sanitária, organismos como a OCDE reavaliaram para baixo seus prognósticos para o PIB global no ano que vem: de +5,0% para +4,2%.

Taxa de câmbio: a valorização observada nas últimas semanas retrata tanto o alívio do quadro externo quanto a diminuição da possibilidade de um acontecimento potencialmente nefasto, como a revogação do teto dos gastos.

Fiscal: o pleito municipal no Brasil e a disputa pelo comando das casas do Congresso travaram as pautas atinentes ao controle dos dispêndios, incluindo a PEC a reforma administrativa e o orçamento de 2021. Apesar dos números melhores do que o esperado do ponto de vista das contas públicas da União em outubro, a situação é delicada.

Parecer da Assessoria Econômica da CDL POA: à vista do exposto anteriormente, acreditamos que o COPOM opte por manter a Taxa SELIC em 2,00% ao ano.

 

IPCA sobe +0,89% em novembro

O indicador oficial de inflação do Brasil avançou +0,89% em novembro, configurando a maior alta para o mês desde 2015 (+1,01%). Conforme o Relatório FOCUS, do Banco Central, a estatística do IBGE veio acima do consenso de mercado e das 5 instituições mais assertivas nas suas projeções (+0,77% em ambos os casos).

Após ter registrado maior disseminação em outubro, a pressão sobre os preços para as famílias voltaram a ficar ainda mais concentradas em dois recortes: alimentação e bebidas (+2,54%) e transportes (+1,33%). As taxas atingiram, respectivamente, a segunda e a quarta colocação entre os níveis mais elevados da história do Plano Real.

No tocante ao primeiro conjunto, a combinação da entressafra de grãos, a forte procura da China por commodities agrícolas e a depreciação cambial causaram a diminuição da oferta interna; pelo lado da demanda, os programas de sustentação da renda e a multiplicação do tempo de permanência das pessoas em seus lares vêm alavancando a parte relacionada à comida no domicílio. Já para o segundo, notamos a influência da cotação do barril de petróleo, matéria prima dos combustíveis, que reagiu à divulgação da eficácia das vacinas contra a COVID-19 por alguns laboratórios.

De dezembro de 2019 até novembro de 2020, o IPCA alcançou +4,31%, superando a meta definida no presente ano (+4,00%), porém dentro da tolerância máxima de +5,5%.

O IPCA da Região Metropolitana de Porto Alegre subiu +0,80% em novembro, abaixo da média nacional (+0,89%). Foi a sexto menor número entre os 16 localidades averiguadas pelo IBGE. Nos últimos 12 meses, a variação na RM de POA somou +3,51%: inferior em comparação com quaisquer áreas analisadas. Aqui, especificamente, cremos que o desempenho do Índice do Banco Central (IBC) de atividade econômica, que mostra o Rio Grande do Sul com as maiores quedas entre todas as Unidades da Federação investigadas, ajuda a explicar o fenômeno.

 

Data

16 dezembro 2020

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