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SETEMBRO, 2020

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Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

As projeções para o PIB de 2020 sofreram uma sucinta mudança nos últimos sete dias. De acordo com o consenso, o tombo aguardado é de -5,04%, e não mais de -5,05%. Para 2021, o crescimento esperado persistiu em +3,50%. Logo, em caso de confirmação dessa possibilidade, a atividade econômica nacional no início de 2022 estará -1,7% abaixo do patamar assinalado no encerramento de 2019, anterior à pandemia.

No que se refere ao IPCA calculado para 2020, houve aceleração pela sétima semana consecutiva: de +1,99% para +2,05%. Julgamos que a correção foi deflagrada após a revelação do IPCA-15 de setembro, que subiu +0,45%. Trata-se do maior percentual para o mês desde 2012.

Apesar do comportamento ascendente dos preços no atacado, entendemos que o balanço de riscos para 2021 é confortável. Em primeiro lugar, o efeito da inércia inflacionária será benigno, dado que o reajuste de diversos contratos e salários utilizarão como base as pequenas variações registradas ao longo do presente ano. Além disso, as expectativas para o médio prazo prosseguem bem ancoradas. Por fim, existe grande ociosidade que, a despeito da tendência de redução nos próximos períodos, deve perdurar em níveis significativos.

A visão da OCDE a respeito do cenário

Não obstante a recuperação dos bens duráveis, a trajetória dos serviços preocupa. Especificamente sobre o setor terciário, as objeções remetem aos recortes mais afetados pelos lockdowns – incluindo transporte, entretenimento e lazer. Ademais, os investimentos produtivos e o comércio internacional mantiveram-se deprimidos.

Assim como no Brasil, a combinação entre maciças injeções de liquidez, retração dos desembolsos das famílias e incerteza foi responsável por majorar a poupança precaucional em muitas nações. Embora essa seja uma importante fonte de sustentação da procura no futuro, o desafio continua sendo o de melhorar o quadro sanitário, visando restaurar a confiança.

Frente a junho, os especialistas da Organização acreditam agora numa queda inferior do PIB mundial em 2020 (de -6,0% para -4,5%). O movimento ocorreu por causa dos resultados acima do antecipado na China e nos Estados Unidos, além da resposta dos governos em escala global, que promoveram forte expansionismo das políticas monetária e fiscal. Cremos que os números não “despioraram” mais em virtude da diminuição da velocidade da retomada recentemente, em linha com o aumento das restrições para coibir o avanço do coronavírus em algumas localidades, em particular na Europa.

Ainda que as taxas antevistas para 2021 sejam positivas, quase todos os países fecharão o ano que vem sem ter devolvido as perdas relativas a 2020.

Entre os vetores potenciais para tornar as estatísticas mais favoráveis em 2021 estão: (1) ações menos proibitivas de distanciamento social capazes de controlar novos surtos de COVID-19; (2) tratamento / vacina efetivos antes do que o prometido. Nesse contexto, a alta somaria +7,0%, viabilizada pelo uso das reservas financeiras dos agentes.

Por sua vez, se a pandemia ganhar robustez, incitando medidas limitantes ao funcionamento dos negócios, surgirá um círculo vicioso da renda e do emprego. A partir da contração dos gastos dos consumidores, da formação bruta de capital fixo e da aversão ao risco nos mercados, o desempenho cai para algo por volta de 2,0% a 3,0%. 

 

PIB do 2º trimestre de 2020 do Rio Grande do Sul: avaliação dos principais resultados

Visão geral: independentemente do comparativo escolhido, o PIB do Rio Grande do Sul registrou, entre abril e junho, as maiores perdas de toda a série histórica, iniciada em 2002. De acordo com o DEE, o tombo frente ao segundo trimestre de 2019 atingiu -17,1%. Logo, a magnitude do recuo superou, e muito, aquela computada em nível nacional pelo IBGE: -11,4%.

A combinação entre as medidas de distanciamento social, instituídas para controlar o alastramento e a letalidade do novo coronavírus, e a estiagem da safra de grãos foi responsável pelo desempenho. Na abertura das estatísticas pela ótica da oferta, a agropecuária (-39,4%) repercutiu a diminuição da plantação de soja e de milho, enquanto o arroz cresceu.

No que se refere à indústria (-19,3%), destaque negativo para a transformação (-19,5%). Diversos ramos importantes para o setor secundário do RS estão associados aos itens duráveis, como veículos, couro e calçados, móveis e metalurgia. Essas categorias foram algumas das que mais sofreram com as quarentenas, pois dizem respeito aos artigos para os quais os consumidores podem reduzir seus gastos sem que tal opção traga amplos prejuízos do ponto de vista do bem-estar.

Por fim, os serviços (-9,9%) e o comércio (-11,6%) caíram menos do que a média brasileira (-11,2% e -14,1%, respectivamente). Dois fatos chamam a atenção: (1) a disparidade entre os segmentos terciários, de modo que os estragos incidiram mais fortemente sobre outros serviços (-23,7%), vinculados à interação entre pessoas, incluindo alojamento, alimentação, educação e saúde privados, cultura e esporte; (2) o provável subdimensionamento da contração do varejo.

Já no conjunto de dados livres de influências sazonais, a renda cedeu -13,7% ante os três primeiros meses de 2020. A intensidade da queda também ultrapassou a do Brasil (-9,7%). Nessa métrica, a atividade econômica estadual tem correspondência com o terceiro trimestre de 2007. Além disso, a variação em relação ao pico, alcançado abril e junho de 2013, é de -20,0%.

Entendemos que a continuidade da flexibilização dos negócios contribuirá no amparo à recuperação nas divulgações futuras do PIB, em consonância com o provável quadro sanitário mais benigno. Alguns indicadores de curto prazo disponíveis desde julho sinalizam nessa direção.

Manifestamos preocupação com a sustentabilidade da retomada de janeiro de 2021 em diante, em função da necessária retirada das políticas públicas para amenizar os impactos da crise. Entretanto, a tendência de normalização no campo deve fazer com que o RS avance acima da média nacional no ano que vem.

 

Data

28 setembro 2020

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