Fique bem informado – 22 jun - CDL POA

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JUNHO, 2020

Notícias

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

As estimativas para 2020 e 2021 continuaram praticamente inalteradas ao longo dos últimos sete dias. Na avaliação da Assessoria Econômica da CDL-POA, o destaque está no fato de que a previsão do PIB para 2020 reverteu, pela primeira vez, sua tendência declinante após 18 semanas. Agora, a queda do nível de atividade calculada para 2020 não é de -6,51%, mas -6,50%.

Contudo, é importante notar que o consenso de mercado aponta para uma recessão menos intensa do que organismos multilaterais, como a OCDE (entre -7,4% e -9,1%, dependendo do comportamento da pandemia) e o Banco Mundial (-8,0%). Os números do Relatório FOCUS estão alinhados aos do Instituto Fiscal Independente (IFI), vinculado ao Senado Federal, e superam, apenas, a deterioração em comparação com o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). Para 2021, a trajetória antevista da retomada é lenta e gradual, de modo que, em nenhum dos casos, haverá a devolução das perdas incorridas no presente ano. Optamos por deixar as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) de fora, pois já se encontram desatualizadas.

O cenário prospectivo nacional sinaliza para a manutenção de taxas de inflação muito baixas, em resposta à capacidade ociosa existente nas indústrias e no mercado de trabalho. Consequentemente, a política monetária prosseguirá amplamente expansionista, através da promoção de juros aquém do patamar neutro, com o intuito de estimular a procura e a oferta. Por sua vez, o rombo fiscal (acima de 10% do PIB no conceito primário) tem uma causa dupla: novos gastos para fazer frente ao impacto da COVID-19 e a brusca diminuição na arrecadação de impostos.

 

Panorama econômico – Banco Mundial

Segue um breve resumo da visão do Banco Mundial a respeito da atual conjuntura, e sobre o que esperar para o futuro.

MUNDO: essa deve ser a maior recessão global desde a Segunda Guerra Mundial (-5,2%). Conforme a evolução da questão sanitária, a situação pode ainda se agravar.

Do ponto de vista dos gestores públicos, a persistência da crise pode demandar novas ações de suporte às famílias, aos empresários e ao funcionamento adequado do crédito. O grande receio é de que esse panorama afete negativamente o crescimento potencial do mundo, por conta: (1) do excesso de incerteza e da contenção dos investimentos; (2) da piora do capital humano; (3) das disrupções nas cadeias de suprimentos e de comércio internacional de bens e serviços. Nesse sentido, as políticas de apoio nas nações emergentes tendem a ser menos eficientes, fruto do peso significativo da mão de obra informal.

BRASIL: a retração de -8,0% no PIB do Brasil se justifica pelas medidas de mitigação do novo coronavírus, que produzem efeitos contracionistas sobre a aquisição de máquinas, equipamentos e os preços das commodities. Para 2021, a alta deverá atingir +2,2%, diante do distensionamento do quadro econômico e da volta da agenda de reformas modernizantes, como a tributária e de melhoria do ambiente de negócios.

 

Comitê de Política Monetária (COPOM) reduz a Taxa SELIC em 0,75 ponto percentual

Adendo: relatório escrito antes da decisão.

Sumário executivo: (i) o aprofundamento da recessão esperada para 2020 no Brasil e no mundo, além da recuperação lenta e gradual em 2021; (ii) o cenário inflacionário cada vez mais benigno; (iii) os novos programas de injeção de liquidez (moeda) promovidos pelos bancos centrais, especialmente na Zona do Euro e nos Estados Unidos; e (iv) o abrandamento dos riscos políticos nacionais devem fazer com o que o COPOM diminua a Taxa SELIC em 0,75 ponto percentual.

Quais os próximos passos do COPOM?

Novamente, as discussões sobre o limite efetivo mínimo da Taxa SELIC ganham força. Dito de outra forma: a que patamar podem chegar os juros sem causar desequilíbrios macroeconômicos? Há pouco, o governo recorreu ao mercado de capitais para buscar financiamentos no exterior. Enquanto que seu objetivo era angariar US$ 3,5 bi com prazos de 5 a 10 anos, foram ofertados mais de US$ 18 bilhões. Trata-se de um bom sinal emitido pelos investidores, a partir da procura considerável por dívida brasileira, a despeito do declínio da atratividade dos papeis. Aliado ao distensionamento político das últimas semanas, que ajudou a conter a taxa de câmbio e o Risco-País, cremos que o COPOM dará continuidade ao atual ciclo nos próximos dois encontros, efetuando cortes de 0,25 p.p. cada.

 

Pedidos de Seguro-Desemprego em maio

Análise geral: as requisições de Seguro-Desemprego no Brasil em abril, que haviam avançando +22,1% no Brasil e +39,5% no Rio Grande do Sul, respectivamente, em comparação com o mesmo período de 2019, sofreram uma aceleração significativa em maio (+53,0% e +70,3%, pela ordem). No entendimento da Assessoria Econômica da CDL-POA, esse é o mote de maior relevância: apesar da tendência de que a recessão tenha atingido o seu ponto de máximo em abril, a deterioração do emprego na transição para maio ocorreu em ritmo crescente.

A explicação desse fenômeno se deve ao fato de que a dinâmica da ocupação responde com defasagem ao PIB, por conta dos elevados custos de contratação e demissão impostos pela CLT. No cálculo econômico dos empresários também se encontram as gastos efetivados com treinamentos, além do ganho natural de produtividade ao longo do tempo. Como resultado, os donos dos negócios esperam até o último momento para proceder desligamentos em situações marcadas pela retração do nível de atividade.

Especificamente sobre maio, as solicitações do benefício no território gaúcho registraram a terceira maior variação relativa no ranking entre todos os estados do Brasil, somente atrás de Santa Catarina (+86,8%) e do Distrito Federal (+78,3%). Ademais, apenas o Acre apresentou diminuição, conforme a tabela abaixo.

Aberturas das informações para o RS: a indústria foi o segmento que puxou a alta do Rio Grande do Sul em maio (+114,8%), seguida por serviços (+70,1%) e o comércio (+54,2%). O setor secundário, vale lembrar, lida com problemas há vários anos, fruto da ausência de políticas sustentáveis de promoção da competitividade. Consequentemente, houve aumento sistemático dos custos de produção, e perda da capacidade de concorrência com os competidores nacionais e internacionais.

 

Data

22 junho 2020

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