A inflação dos produtos tradicionalmente consumidos no Natal apresentou desaceleração e ficou abaixo do IPCA cheio considerando o acumulado dos últimos 12 meses até novembro, tanto no Brasil quanto na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). O dado integra o Estudo Técnico “Inflação do Natal 2025”, elaborado pela Assessoria Econômica da CDL Porto Alegre com base no IPCA, calculado pelo IBGE.
De acordo com o levantamento, o ritmo de crescimento dos preços foi menor do que o observado no Natal do ano passado, especialmente na RMPA. O movimento foi puxado, principalmente, pela queda nos preços de alguns alimentos e eletrônicos.
Segundo o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, os alimentos exerceram contribuição relevante para o fenômeno. “Itens relevantes para a ceia, como arroz, batata inglesa e leite longa vida, registraram quedas em função do excesso de oferta em relação à demanda nos dois primeiros casos”, explica.
Na RMPA, a batata inglesa acumulou queda de 38,5% em 12 meses até novembro de 2025, o arroz recuou 34,6%, e o leite longa vida apresentou redução de 17,2%. Os eletrônicos também contribuíram para conter a inflação, com retração nos preços de televisores (−9,4%), computadores pessoais (−3,8%) e aparelhos telefônicos (−1,4%). De acordo com Frank: “O curto ciclo de vida dos produtos, os ganhos de produtividade e a forte concorrência — especialmente no comércio eletrônico — ajudam a pressionar os preços para baixo”, afirma.
A série histórica desde 2020 mostra que os números mais recentes estão próximos aos menores níveis já registrados. Além disso, tanto no Brasil quanto na RMPA, a inflação da cesta de Natal — que reúne itens de ceia e presentes — ficou abaixo do IPCA cheio, indicando menor pressão sobre o orçamento das famílias neste fim de ano.