Tarifaço dos EUA impõe perdas, mas RS redireciona parte das exportações a outros mercados

Tarifaço dos EUA impõe perdas, mas RS redireciona parte das exportações a outros mercados

A Assessoria Econômica da CDL Porto Alegre elaborou o estudo técnico “Houve redirecionamento das exportações gaúchas para outros destinos em função do tarifaço americano?”, que analisa os efeitos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações gaúchas.   

O levantamento mostra que o Rio Grande do Sul foi um dos Estados mais impactados do País, com alíquota média efetiva de 44,7%, acima da média nacional de 34,6%. As sobretaxas aplicadas pelos EUA atingiram mais fortemente 10 grupos de produtos exportados pelo Estado — tabaco, armas e munições, veículos, borracha, obras de pedra, ferro e aço, móveis, calçados, madeira e alumínio —, resultando em reduções expressivas nos embarques a esse destino.   

Apesar do efeito negativo, o estudo identificou indícios de redirecionamento das exportações gaúchas para outros mercados em sete dos 10 setores analisados. O movimento foi mais significativo em quatro deles — tabaco, veículos, ferro e aço e móveis —, que conseguiram compensar total ou parcialmente as perdas verificadas nas vendas aos Estados Unidos. Já em calçados, madeira e alumínio, o desempenho mostrou perdas líquidas, sem evidência de substituição por novos destinos.   

Segundo o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, o comportamento observado demonstra a capacidade de reação de parte da economia gaúcha diante de um choque comercial sem precedentes: “Os produtos com base de compradores mais ampla e presença consolidada em diversos países conseguiram encontrar alternativas aos Estados Unidos. Por outro lado, setores com mercados muito concentrados sentiram de forma mais aguda o impacto das novas tarifas”, explica.   

O caso mais emblemático é o do tabaco, cujos embarques para os EUA caíram fortemente, mas foram compensados por aumentos relevantes nas vendas para Indonésia e Suíça. Para Frank, o exemplo evidencia a importância da diversificação comercial: “A experiência recente reforça o quanto é essencial reduzir a dependência de poucos mercados, sobretudo em produtos sujeitos a barreiras tarifárias e regulatórias”, avalia o economista.   

O documento destaca ainda que as estimativas devem ser interpretadas como evidências preliminares de redirecionamento de comércio, uma vez que os resultados combinam efeitos de preço, câmbio, demanda e ajustes contratuais.

Data

05 novembro 2025

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