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Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Projeções para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)

Projeções para o Brasil 19novFonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (14/11/2024). *Mediana. Elaboração: AE/CDL POA.

Embora o PIB esperado para 2024 tenha continuado em +3,10% entre os dias 08 e 14, tivemos o fechamento da safra de indicadores do mês de setembro, de modo que as leituras em linha geral foram positivas. Se considerarmos as variações no confronto com agosto dos dados com correção pela sazonalidade, as vendas do comércio varejista no conceito ampliado (+1,8%) por pouco não coincidiram com a mediana obtida pelo Broadcast+ (+1,9%). Por sua vez, os demais serviços (+1,0%) quase bateram no teto dos prognósticos do mercado. Por fim, o Índice do Banco Central (IBC) de atividade econômica expandiu +0,84%, superando o consenso entre os especialistas (+0,56%).

O IBC praticamente não perdeu ímpeto na comparação com a janela imediatamente anterior na transição do segundo trimestre (+1,2%) para o terceiro (+1,1%), contrariando as perspectivas de uma desaceleração após os fortes números registrados entre janeiro e junho. Na nossa visão, o PIB deve alcançar elevação próxima a +1,0% no 3ºT/24, o que é consistente com uma majoração de cerca de +3,5% em 2024. Já para 2025, o incremento de 2,0% nos parece razoável.

Os resultados desse quadro, porém, apresentam implicações para o futuro da Taxa SELIC. Conforme a ata da última reunião do COPOM, realizada em novembro, o afastamento das expectativas de inflação da meta de 3,0% poderá “levar a um prolongamento do ciclo de aperto da política monetária”. Dito de outra forma, os juros serão mantidos por tempo adicional em patamares que venham a moderar os preços.

Trata-se justamente do ocorrido com a deterioração das previsões para o IPCA em 2024 (4,62% para 4,64%), 2025 (de +4,10% para +4,12%) e 2026 (de +3,65% para +3,70%). É possível que as mudanças sejam reflexo do ajuste para cima na taxa de câmbio ao longo do referido horizonte. De acordo com as estimativas para o encerramento de cada período, em 2024 a cotação passou de R$ 5,55 para R$ 5,60, enquanto para 2025 e 2026 subiu de R$ 5,48 para R$ 5,50 e de R$ 5,40 para R$ 5,47, respectivamente. A valorização do Dólar em relação ao Real pode ter como causas os fatores externos ligados à implementação de medidas inflacionárias por parte de Donald Trump. Como resposta do FED, os juros mais altos atuarão para aumentar a atratividade da renda fixa americana. No tocante aos vetores domésticos, os analistas e investidores aguardam pelo anúncio oficial de contenções de gastos do governo federal visando a preservação do arcabouço fiscal.

Consequentemente, a Taxa SELIC antevista para o término de 2025 avançou de 11,50% para 12,00% ao ano.

Análise da decisão do Banco Central dos EUA sobre os juros em novembro de 2024

Detalhamento:

→ Depois do movimento inaugural de -0,50 ponto percentual em setembro, o Federal Reserve optou por um declínio parcimonioso da taxa básica de juros em novembro;

• Como resultado, as fed funds caíram 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano;

→ Praticamente não foram registradas mudanças em relação ao comunicado anterior;

• Ainda que a taxa de desocupação tenha aumentado ao longo de 2024, o patamar segue deprimido (4,1%);

• Por sua vez, os preços exibiram progresso rumo à meta de 2,0%, embora permaneçam um pouco elevados;

• O cenário como um todo é incerto;

→ Em sua tradicional coletiva de imprensa, o Presidente do FED, Jerome Powell, inicialmente endureceu o tom a respeito da condução da política monetária, diminuindo a importância da surpresa negativa com a estatística da geração de vagas com carteira assinada (payroll) de outubro;

• O saldo de apenas +12 mil decorreu de questões atípicas, como a passagem de furacões e de greves em empresas relevantes, como a Boeing;

• Ademais, enfatizou que a economia americana desde o penúltimo encontro da autoridade emitiu sinais de força e que a inflação veio levemente acima do esperado;

→ Na sequência, as falas apresentaram uma perspectiva mais suave, de modo que o mandatário afirmou que uma nova fraqueza do emprego não é obrigatória para que a inflação siga desacelerando;

• Além disso, à medida em que os juros se aproximam do nível neutro (aquele que equilibra oferta e a demanda), será necessário abrandar a intensidade dos cortes;

• Como o ritmo atual já é de -0,25 ponto percentual, é provável que as reduções sejam intervaladas, ou seja, uma por trimestre, e não uma a cada reunião;

• Portanto, após a queda em dezembro, teríamos quatro baixas em 2025, de modo que ao final do ano que vem atingiríamos a faixa entre 3,25 e 3,50% ao ano;

• Por fim, Powell acredita que os dados corroboram com um quadro de menor deterioração do poder de compra do Dólar, e que não serão uma ou duas estatísticas ruins que modificarão a percepção do Comitê;

Quais são os fatores capazes de alterar a trajetória dos juros?

→ Eventuais ajustes de rota dependerão dos acontecimentos futuros;

• Se eventualmente o mercado de trabalho começar a desaquecer bastante, os decréscimos tendem a ser aprofundados. Em contrapartida, caso tenhamos a implementação de políticas que venham a pressionar os preços sob o novo governo Trump, a taxa terminal (aquela que encerrará o ciclo) pode ser maior.

Data

18 novembro 2024

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