O aumento do número de brasileiros nas apostas online, as famosas ‘Bets’, tem preocupado especialistas de diferentes áreas com seus reflexos negativos na sociedade. Durante o “Tá na Mesa” da Federasul, de 16 de outubro, o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, falou sobre os impactos na economia brasileira e como pode desencadear um aumento na inadimplência e, consequentemente, diminuir a concessão de crédito.
Conforme pesquisa do Banco Central, 24 milhões de pessoas participaram de jogos de azar e apostas entre janeiro e agosto de 2024, com ao menos uma transferência via PIX. O levantamento também revela que 8,9 milhões de beneficiários do Bolsa Família enviaram R$ 10,5 bilhões às plataformas através dessa modalidade.
Frank também citou a declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto: “começamos a ter a percepção de que vai ter efeito na inadimplência na ponta, sobretudo no segmento de baixa renda.”. De acordo com o economista-chefe da CDL POA, “é importante lembrar que cerca de 22% do custo do crédito, segundo o próprio BC, diz respeito aos efeitos do não pagamento de dívidas em atraso. Logo, quanto maior a inadimplência, maiores acabam sendo as taxas de juros como um todo, prejudicando a contratação de crédito para investimentos produtivos por parte dos empresários e tomada de empréstimos / financiamentos pelas famílias. Consequentemente, a economia gira em um ritmo mais lento, o que representa um empecilho para a prosperidade”, explica Frank.
Conforme pesquisa da SBVC, 54% dos apostadores são da classe C e 8% de D/E, e 63% deles afirmam que tiveram parte do orçamento comprometido com jogos. Por isso, existe o debate da regulamentação das Bets hoje.
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