Segundo o IDV, crescimento de 3,9% no mês de junho quebrou o ritmo de expansão acumulado do segmento no ano, de 5,1%
As vendas do varejo brasileiro em junho foram afetadas pelos feriados durante a Copa do Mundo. O presidente do Instituo para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Flávio Rocha, considerou que a perda de horas trabalhadas tende a impactar os números, mas ponderou que há expectativa de aceleração das vendas após a Copa.
Rocha deu as declarações após encontro em São Paulo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em Porto Alegre, o setor encerrou o mês com percentual 10% abaixo do mesmo período de 2013. Fatores como um sábado a menos, um feriado e a redução do horário de abertura em dias de jogos da seleção brasileira contribuíram para este desempenho. Apesar de o Mundial ter injetado R$ 90 milhões no varejo, a movimentação afastou os consumidores locais. Para o presidente da CDL, Gustavo Schifino, o frio conteve a queda das vendas.
“Estamos apostando que as baixas temperaturas vão colaborar para um reaquecimento das vendas no mês de julho, além disto acreditamos que os bons resultados no setor de serviços, bares, restaurantes e hotéis durante os 16 dias de Copa vão retornar ao comércio em breve”, destaca Schifino. O Índice Antecedente de Vendas (IAV), calculado pelo IDV, aponta crescimento de 3,9% nas vendas em junho deste ano ante o mesmo mês do ano anterior. O ritmo é menor do que aquele que o varejo vinha reportando, de crescimento de 5,1% no acumulado de janeiro a maio, de acordo com o IDV. “Cada dia a menos de funcionamento resulta em impacto de 3% nas vendas”, informou Rocha. Apesar do efeito negativo, o dirigente lembra que junho de 2013 foi um período também difícil para o varejo por causa de manifestações de rua.
A comparação, portanto, é favorável. Ele considerou que a realização da Copa sem problemas tem superado as expectativas. Com isso, acredita que a confiança do consumidor tende a subir e favorecer as vendas no segundo semestre. “Com o sucesso da Copa, acho que pode ser recuperado o soluço nos índices de confiança, que é a variável que pode fazer diferença”, concluiu.
Rocha manteve sua projeção de crescimento para o setor em 6% neste ano e reforçou para o ministro a importância do varejo na disseminação do crescimento da economia. De acordo com ele, o varejo tem tido expansão acima da variação do PIB. Ele acredita que, no segundo semestre, poderá haver uma recuperação do índice de confiança do consumidor, o que contribuirá para a manutenção do bom desempenho do setor varejista, especialmente dos bens duráveis.
No mesmo encontro, a presidente do Magazine Luiza, Luiza Trajano, reiterou com Mantega e com a diretoria do Varejo (IDV), do qual faz parte, a importância de o governo manter a alíquota reduzida do IPI sobre os produtos do setor moveleiro. Segundo ela, trata-se de um segmento pequeno, mas muito importante na composição do mix do varejo. Outro ponto apresentado a Mantega foi a necessidade de se liberar mais crédito para o consumidor. “O ministro entende que a concessão de crédito poderia ser maior”, disse Luiza Trajano.