Com base nas consultas ao banco de dados SCPC, gerido pela Equifax|BoaVista, houve aumento de 18,7% entre 1º e 27 de junho de 2024 no Rio Grande do Sul em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com a CDL Porto Alegre. O incremento chama a atenção diante do cenário de crise econômica no Rio Grande do Sul, decorrente das enchentes ocorridas nos meses de abril e maio.
Para compreender os movimentos do mercado, a Assessoria Econômica da CDL POA analisou três motivos que ajudam a explicar o resultado:
1) Incerteza: grandes choques econômicos, como o provocado pelas enchentes no RS, dificultam a previsibilidade a respeito do futuro. Em cenários como o atual, é absolutamente natural que a concessão de empréstimos / financiamentos para pessoas físicas seja mais cautelosa. Cabe lembrar que as consultas à base não estão necessariamente atreladas à concretização de vendas dos empresários.
2) Recomposição do patrimônio: a destruição causada pelos alagamentos em larga escala no RS tende a ativar segmentos como móveis, eletrodomésticos, materiais de construção e veículos. Todos esses setores dependem da dinâmica do crédito, cujas ferramentas de inteligência para análise e concessão integram o negócio da Equifax|BoaVista.
3) Injeção de recursos: alguns programas são responsáveis pela entrada de dinheiro novo em circulação, incluindo a liberação do Saque Calamidade do FGTS, o Auxílio Reconstrução e o pagamento de duas parcelas adicionais de Seguro-Desemprego para quem já não tinha uma ocupação, de responsabilidade da União, além do “SOS PIX RS” e do “Volta por Cima” do Governo Estadual, entre outros. O capital atua para contrabalançar, ainda que parcialmente, a queda da demanda. De acordo com o CAGED, por exemplo, o saldo líquido de vagas de trabalho formais em maio para o Rio Grande do Sul foi negativo em 22.180, enquanto que o número no intervalo correspondente do ano passado totalizou -2.270.