As enchentes que atingiram o RS neste mês de maio impactaram milhares de residências e empresas. Neste momento, após mais de duas semanas de inundação, o Centro Histórico de Porto Alegre começa a reaparecer, e juntamente, os estragos causados pela enchente.
Chegou a hora de unir esforços, retornar às empresas, verificar os prejuízos e juntos reconstruir um dos maiores centros do varejo de Porto Alegre.
Com o intuito de promover a reconstrução da economia gaúcha e principalmente, incentivar os empresários a retomarem o quanto antes suas atividades, a CDL Porto Alegre e o Sindilojas POA com o apoio da Prefeitura Municipal, iniciaram na manhã desta quarta-feira (22), uma ação de limpeza do Centro Histórico, um dos bairros mais afetados pela enchente na Capital.
A iniciativa propõe a distribuição gratuita de materiais de limpeza e utensílios para higienização das lojas. Uma unidade móvel identificada com faixas e avisos sonoros circulará nos principais pontos afetados pelo alagamento no bairro, para disponibilização dos itens.
A ação ocorrerá das 8h30min às 17h, até a próxima sexta-feira (24), podendo ter o prazo estendido mediante demanda. Os interessados também poderão retirar os materiais na sede da CDL POA, com entrada pelo estacionamento, no endereço Praça Osvaldo Cruz, nº 10. Dentre os itens distribuídos estarão: alvejante, álcool, esponja dupla face, luvas, saponáceo, vassoura, sacos de lixo, sabão em pó, máscara, sacos alvejados, rodo e balde. Ainda, lava-jatos serão emprestados aos comerciantes, durante o período de um turno, mediante apresentação de CNPJ.
Confira abaixo o que pode ser recuperado e o que deve ser descartado.
• Alimentos: a recomendação do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de que alimentos (frutas, legumes, verduras, carnes, grãos, leites e derivados, enlatados) que entraram em contato com as águas da enchente sejam descartados, mesmo que estejam embalados com plásticos ou fechados, devido aos riscos de contaminação.
• Remédios: segundo o Centro Estadual em Vigilância e Saúde do RS, os medicamentos que tiveram contato com a água da enchente devem ser descartados, mesmo que estejam fechados ou embalados com plástico. Isso porque as embalagens dos fármacos costumam contar com materiais como papel e plástico, que, em razão da porosidade, podem absorver microrganismos.
• Móveis: para recuperação de móveis, é necessário começar avaliando o material do objeto.
No caso de materiais não porosos, como metais e vidros, a chance de recuperação é maior, ainda que sejam necessárias algumas medidas para garantir a segurança física e sanitária do material. Para higienização das superfícies dos móveis, a Sociedade Brasileira de Infectologia, indica que a limpeza seja feita com um pano úmido com a mistura de 800 mil de água e 200 ml de água sanitária. Para garantir uma higiene adequada, é importante um trabalho de esfregação mecânica intensa.
Já os materiais porosos, como a madeira, tendem a ser mais impactados pelo contato com a água. Nesses casos é necessário avaliar se há inchaço ou apodrecimento das peças, o que pode comprometer a estrutura e exigir o descarte do móvel.
• Tecidos: os tecidos devem ser avaliados de acordo com cada caso. Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), para as roupas, é possível tentar a recuperação a partir do processo tradicional de limpeza, com água e sabão. Tecidos que puderem ter contato com altas temperaturas ainda podem ser levados à água fervente por cinco minutos. O número de lavagens necessárias e a possibilidade efetiva de recuperação dependerá de cada peça.
No caso de carpetes, cortinas e sofás, também é possível tentar a recuperação a partir do mesmo processo de limpeza indicado para roupas. Contudo, no caso dos materiais que estiverem completamente encharcados pela água da enchente, o descarte pode ser o caminho mais adequado para garantir a salubridade do ambiente.
• Fiação: para garantir sua segurança, antes de entrar em imóveis alagados, é recomendado verificar se o disjuntor geral está desligado para evitar o risco de choque elétrico. No caso dos espaços com energia fotovoltaica, é necessário evitar andar em áreas alagadas, pois os painéis solares continuam produzindo tensão.
Durante a limpeza de materiais elétricos, é recomendado que o trabalho seja feito por um profissional habilitado para a atividade, que poderá fazer o procedimento com segurança e utilizar os materiais necessários para reparação.
• Eletrônicos e eletrodomésticos: diversos eletrônicos e eletrodomésticos podem ser recuperados após o contato com a água. Para maiores chances de sucesso, vale tentar abrir os equipamentos antes de ligá-los à tomada. Caso o aparelho não esteja danificado, mas haja terra no interior, ele pode ser prejudicado com a entrada da corrente elétrica. Aparelhos ligados durante o contato com a água tendem a ter menores chances de conserto.
Uma cartilha elaborada pelos cursos de Engenharia Elétrica e de Controle e Automação da Universidade do Vale do Taquari (Univates) indica cinco passos gerais para tentar recuperar eletrônicos e eletrodomésticos: leia aqui.
• Utensílios domésticos: utensílios domésticos, como panelas, copos, pratos e outros objetos laváveis, podem ser recuperados. A recomendação da Vigilância Epidemiológica do RS é higienizar os itens com a mistura de quatro xícaras de chá de água (800 ml) para uma xícara de chá de água sanitária (200ml), deixando-os mergulhados por uma hora na solução.
• Estrutura física: com as enchentes volumosas, a segurança estrutural dos estabelecimentos pode ter sido severamente afetada. Nesse sentido, ao retornar ao local atingido, é necessário analisar cuidadosamente sinais que podem indicar problemas no espaço.
Fique atento:
- Os primeiros sinais que devem ser observados pelos empreendedores são os visuais, ou seja, observar a existência de fissuras e rachaduras por meio de uma inspeção das paredes, dos tetos e dos pisos em busca de qualquer um desses dois elementos, lembrando que a pressão da água pode ter causado essas microfissuras que comprometem toda a integridade da edificação.
- Deformações e deslocamentos de pilares e vigas também devem ser observados, assim como a presença de mofos, que podem ser um indício de infiltração prolongada de água na estrutura. Rodrigues destaca que alguns problemas podem não ser vistos a olho nu, sendo recomendado, quando possível, a realização de análises e testes profissionais.
- Estruturas de materiais porosos, como madeira, gessos acartonados, lã de vidro e espumas de poliuretano, tendem a ser mais comprometidas, exigindo, na maioria dos casos, descarte e substituição.
- Pisos de materiais compósitos e laminados também sofrem danos com o contato com a água.
- Pisos e paredes devem ser higienizados com a mesma mistura utilizada para os utensílios domésticos: quatro xícaras de chá de água (800 ml) para uma xícara de chá de água sanitária (200 ml). Depois de passar um pano úmido, as superfícies devem secar naturalmente.
A CDL Porto Alegre reitera seu compromisso com as entidades parceiras, empresas associadas e sociedade gaúcha, e se mantém atenta às principais informações emitidas pelo poder público, no intuito de fornecer de maneira ágil e segura, conteúdos relevantes à população em geral e aos empresários de todos os segmentos e portes.
