O que esperar para inflação e Taxa SELIC em 2023? - CDL POA

O que esperar para inflação e Taxa SELIC em 2023?

Os preços e os juros são duas das principais variáveis existentes na economia. Para entendermos os cenários para o ano que vem, é necessário recorrer a uma breve retrospectiva de 2022, período marcado por momentos distintos.

Ao longo de quase todo o primeiro semestre, as projeções para o IPCA aumentaram consistentemente. Em janeiro, os agentes participantes do Relatório FOCUS, do Banco Central, antecipavam +5,03%, enquanto em meados de junho, a previsão acusava +8,9%. Em linhas gerais, três razões fundamentaram as revisões altistas: (1) os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia sobre itens como o petróleo e o trigo; (2) os efeitos negativos para a cadeia logística de insumos e suprimentos decorrente do confinamento da população chinesa para conter a COVID-19 no país asiático; e (3) a pressão de demanda originada pela veloz expansão do PIB nacional no referido intervalo.

Desde então, ainda que de maneira não linear, os prognósticos apresentaram tendência de baixa. Hoje, o consenso de mercado aponta para +5,64%. Alguns manufaturados e do grupo de alimentação arrefeceram, em função da perspectiva de desaquecimento da atividade mundial. No entanto, a causa determinante foi o corte de ICMS até 31 de dezembro nos bens e serviços considerados essenciais: combustíveis, energia elétrica, transporte público e telecomunicações. Além disso, os tributos federais incidentes na gasolina e etanol também caíram de forma temporária.

Mas por que seguimos elevando a Taxa SELIC para 13,75% ao ano até agosto, sustentando-a nesse patamar conforme as últimas reuniões do COPOM, se os preços subirão menos em comparação com 2021 (10,06%)? A justificativa está atrelada ao fato de que as estimativas para o IPCA em 2022 e 2023 (+5,23%) superam as metas de 3,50% e 3,25%, respectivamente. Logo, o que devemos levar em conta com relação aos vetores capazes de influenciar o IPCA em 2023 e, consequentemente, os juros? 

1. Qual a dinâmica da inflação externa, com destaque para as nações desenvolvidas? Embora a situação continue desafiadora, os dados recentes demonstram o início do processo de moderação do crescimento na Zona do Euro e nos Estados Unidos.

2. Como se comportarão os riscos fiscais no Brasil e seus potenciais impactos em ativos que reverberam no poder de compra da moeda, como a taxa de câmbio?

3. Como o desempenho da produção doméstica afetará o grau de ociosidade do maquinário e da mão de obra?

4. Qual o balanço entre forças antagônicas – desaceleração global, por um lado, e possível reabertura da China com a flexibilização da política de COVID-zero, por outro – sobre as commodities?

5. Haverá prorrogação da redução de impostos? Estados como Pará, Paraná, Piauí e Sergipe já aprovaram medidas para minorar a perda de arrecadação de ICMS a partir de 1º de janeiro. Porém, o espaço no orçamento liberado com a “PEC da Transição” pode ser usado para compensar as Unidades da Federação pela queda de receita.

As perguntas supracitadas evidenciam muitas dúvidas e poucas respostas definitivas. Trabalhamos com um ciclo lento e gradual da Taxa SELIC para o ano que vem, de modo que a faixa para o encerramento de dezembro ficará entre 12,50% e 13,00% ao ano.

 

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    Data

    26 dezembro 2022

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