Destaques Econômicos CDL POA - CDL POA

Destaques Econômicos CDL POA

Relatório FOCUS: as últimas previsões para a economia brasileira

Previsões para o Brasil*
(Unidades: descritas na tabela)
Fonte: Banco Central do Brasil / Relatório FOCUS (25/11/2022) *Mediana. | Elaboração: AE/CDL POA.

PIB: conforme as projeções coletadas junto a 75 agentes de mercado pelo Jornal Valor, o PIB no terceiro trimestre aumentou +0,6% contra o segundo, após o ajuste pela sazonalidade. A perda de tração em comparação com os intervalos anteriores (média de 1,0% desde o 4ºT/21) reflete um panorama doméstico e externo menos favorável. Já para o período entre outubro e dezembro, a expectativa é de estagnação, determinada pela trajetória ascendente da inadimplência, pela queda do apetite por empréstimos / financiamentos e pela desaceleração do emprego.

Preços: apesar da prévia oficial (IPCA-15) para o mês de novembro (+0,53%) abaixo da antecipada pelos especialistas sondados pela Refinitiv (+0,56%), os analistas revisaram suas estimativas para cima ao longo dos últimos sete dias. O IPCA para 2022 avançou de +5,88% para +5,91%, enquanto o prognóstico para 2023 subiu de +5,01% para +5,02%. Uma das hipóteses capazes de explicar esse fenômeno é a de que a taxa de câmbio esperada para o encerramento de 2022 (de R$ 5,25 para R$ 5,27) e de 2023 (de R$ 5,24 para R$ 5,25) apresentou incremento. O enfraquecimento do Real possivelmente está atrelado às incertezas com as contas públicas e ao cenário internacional desafiador, diante da majoração dos juros em vários países.

Taxa SELIC: em evento recente, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou a necessidade de coordenar as políticas monetária e fiscal. Haverá ineficiência caso, por um lado, utilizarmos medidas expansionistas relacionadas a dispêndios adicionais do governo e/ou redução de impostos para promover o crescimento da renda, e, por outro, elevarmos o custo do crédito para diminuir a inflação.

Confiança do consumidor brasileiro cai em novembro

A sondagem de novembro da Fundação Getúlio Vargas (FGV) entrevistou domicílios espalhados pelo território nacional entre os dias 1º e 21º. Houve recuo em comparação com outubro de -3,3 pontos (de 88,6 para 85,3) nas estatísticas ajustadas pela sazonalidade. A magnitude da queda foi inédita desde setembro de 2021 (-6,5 pontos). Logo, o indicador atingiu seu menor patamar desde agosto (83,6 pontos). Tanto o componente da situação atual (de 74,5 para 70,8 pontos) quanto das expectativas para os próximos períodos (de 98,7 para 96,2 pontos) contribuíram para a retração.

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em novembro/22 – Brasil*
(Em pontos*)
Fonte: FGV/IBRE. *Com correção sazonal. *A referência (100) corresponde à média entre junho de 2010 e junho de 2015. | Elaboração: AE/CDL POA.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

Cabe ressaltar que os preços voltaram a crescer em outubro após três deflações consecutivas, inclusive acima dos prognósticos do mercado. Além disso, de acordo com o Relatório FOCUS, do Banco Central, a projeção para o IPCA em novembro subiu ao longo dos últimos 30 dias – de +0,44% para +0,48% –, muito por conta das pressões relacionadas ao comportamento dos combustíveis.

Segundo a abertura das informações por faixas de rendimentos, aqueles que ganham até R$ 2.100 apresentaram o maior decréscimo (-10,1 pontos). É bem verdade que o sentimento da classe vinha de aumentos fortes, sobretudo em função do arrefecimento da perda do poder de compra da moeda e da potencialização das transferências sociais. Uma possível hipótese é a de que existe incerteza no tocante à prorrogação do Auxílio Brasil em R$ 600 para 2023, embora essa seja uma promessa de campanha do presidente eleito Lula.

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em novembro/22 por faixa de renda – Brasil*
(Em pontos*)

Fonte: FGV/IBRE. *Com correção sazonal. *A referência (100) corresponde à média entre junho de 2010 e junho de 2015. | Elaboração: AE/CDL POA.

É necessário mencionar também o efeito negativo dos juros altos. Tal fato tem provocado ampliações sistemáticas da inadimplência e do comprometimento do orçamento das famílias com o serviço da dívida. Os riscos fiscais representam um ponto de atenção para o futuro, devido às consequências para o custo do crédito.

Pelo lado positivo temos a resiliência do emprego, impactando de forma benigna a massa salarial real. Por sua vez, a garantia de manutenção dos benefícios governamentais pode favorecer a avaliação das camadas pobres.

 

Data

28 novembro 2022

Compartilhe

Icone de telefone

Ligue e descubra a solução ideal para a sua empresa

(51) 3017-8008

Capitais e regiões metropolitanas
De segunda a sexta , das 9h às 18h.